Espiritualidade Missionária

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Quando nos perguntam sobre o que pensamos a respeito do que significa a palavra missão e o ser missionário, normalmente imaginamos homens e mulheres que deixaram tudo para ajudar pessoas necessitadas em qualquer lugar do mundo. Incansáveis, são envolvidos em milhares de atividades e fortalecem sua vida com uma espiritualidade que dá o sentido a sua missão.
Mas na verdade, Missão é viver “segundo o Espírito” e não “segundo a carne” (Rm 8,1-17), é antes de tudo, um estilo de vida.  A vida segundo o Espírito é deixar-se conduzir pelo projeto de Jesus, o Bom Pastor que conhece as ovelhas, vai à frente delas, guiando, orientando e levando-as às melhores pastagens (Jo 10). O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas, com um amor e doação total. 
A espiritualidade e a mística cristã geram a missão. Porém, não é qualquer tipo de missão. Uma missão em defesa da vida, que liberta e transforma. Quem abraça essa mística e a espiritualidade cristã vive uma nova maneira de ver, sentir e viver o cotidiano. 
O papa João Paulo II em sua Encíclica Redemptoris Missio, afirma que “A atividade missionária não é mais nem menos do que a manifestação ou epifania, e a realização do desígnio de Deus no mundo e na história: pela missão, Deus realiza claramente a história de salvação…”. “A missão é uma realidade unitária, mas complexa; e explica-se de vários modos, alguns do quais são de particular importância, na presente situação da Igreja e do mundo.”
A espiritualidade segundo o Espírito de Jesus é estar “cheio do Espírito e educado pelo Espírito” (Lc 4,10), que nos conduz também a: 
Estar com Ele: Para viver com Jesus, é fundamental e indispensável, buscar  uma comunhão intima com Ele através da Palavra, da Liturgia e, sobretudo da Eucaristia, para que possamos compreendê-lo e quem ao mesmo tempo nos envia (RM 88). E assim vamos perceber os vários sinais do Reino onde Deus se faz presente nas nossas culturas.
Viver como Ele: Estando numa profunda comunhão de vida, somos chamadas e chamados a entregamos nossa vida ao estilo de Jesus. Buscar ser semelhante no jeito de ser, na mentalidade, atitudes e sentimentos. Quando sentimos o desejo de ser como o nosso Meste, o Espírito Santo vai realizando a transformação em nós, para que vivamos como Jesus. O que implica a sermos “discípulos” e “testemunhas”, e nos colocar de corpo e alma (nossa pessoa, vida, coração, mente e bens) à disposição de Jesus . Isto se consegue com a abertura plena ao Espírito. 
Unir-se a Ele: Para nos unir ainda mais a Jesus temos que compartilhar a Palavra, a fraternidade e estarmos à serviço da Igreja Missionária. O Senhor nos prometeu a estar sempre conosco, caminhando, nos ensinando a ser discípulos e vivendo o amor, mandamento principal para a vida em comunidade. 
Caminhar com Ele: A expressão desta espiritualidade é a disponibilidade missionária. Percorrer com Jesus um alegre caminho de Evangelização, levando a Boa Nova do Reino anunciando Deus amoroso e misericordioso.
Doar a vida com Ele: É assumir com coragem e audácia a entrega total da vida, que se chama de caridade apostólica. O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas com amor até as últimas consequências. (Jo 10,11-18).

Paula Araujo, Com. SAV Oblata
Texo: http://www.dombosco.net/ – com adaptações.

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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