Experiência da Paixão de Cristo na família Redentorista

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Renunciar a si mesmo é algo mais que uma simples etapa negativa na purificação de nosso espírito. A perfeita maturidade humana e liberdade plena supõe esta estrada e este processo de evolução gradativa. Quando você não tem mais nada a renunciar, é porque já perdeu tudo, você já é livre! Perder tudo para ganhar TUDO é o mesmo que esvaziar-se para que a alma se plenifique do essencial: Deus. Nele está a maturidade humana plena. Enganamo-nos ao pensar que o apego a valores, dons – que não são de Deus – nos libertem e conduzem à maturidade. “Livres” só quando tudo perdemos para encontrá-lo em Deus.
… Jesus é modelo, sua vida foi um renunciar-se contínuo: “Ele que tendo a condição divina, não quis ser igual a Deus, mas ao contrário, esvaziou-se de si mesmo, tomando condição de escravo, tornando-se igual aos homens” (Filip. 2,6-7).
Não foi brincadeira para o Verbo assumir uma “carne semelhante ao pecado” (Rom. 8,3) mesmo que para libertá-la em si mesmo! Entendemos então porque humilhou-se ainda mais, fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz (Filip. 2,8), Não foi por divertimento!
Na cruz, Jesus mostra-nos o que é o estado de esvaziamento total, fazendo-se nada, o profundo da abnegação de si mesmo. Torna-se o grão de trigo que perde sua identidade, sua fisionomia e sua beleza própria, mas ressuscitando para uma vida nova. Impossível fugir desta dinâmica.
“O carisma Redentorista – imprescindível para o bem e a vida da própria Igreja – põe seu empenho especial no seguimento de Cristo, mas de forma particular no sei aspecto de esvaziamento ou indigência suplicante. Esta realidade de Jesus, indigência total, se efetua no relacionamento e dependência ativa, obediência ao Pai! Este identificar-se com Cristo pobre na cruz é a “alma” do Redentorista. Como Cristo, por isso mesmo, o Redentorista se identifica também com as almas mais abandonadas, pobres, simples, ignorantes, mais miseráveis. Neste sentido o mistério de salvação, como que a miséria de toda a humanidade lhe interessa”. (Pe Isidro Oliveira).
“O fim de nossa Família Redentorista é tonar-se semelhante a Jesus Cristo, humilhado e desprezado. Como que pano de fundo de todas as regras: este é o fim principal de nossa família.”
Que viemos fazer na família Redentorista se não queremos tolerar nenhum desprezo por amor a Jesus Cristo? Com que cara pregamos ao povo a humildade se nós mesmos detestamos  as humilhações? Por sermos todos miseráveis, peço a cada um que todos os dias na meditação ou na ação de graças, peça a Cristo desprezado lhe conceda a graça de suportar os desprezos com calma e alegria de espírito. Os mais fervorosos, porém, peçam-lhe positivamente a graça de serem desprezados por seu amor”. (Carta – Nocera, 27.7.1750).
Cristo Crucificado, modelo, regra, fonte de nossa identidade redentorista.
Texto com alterações.
Fonte: Revista Akikolá

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