Eis a tua mãe

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Estes dois versículos nos transportam para um momento singular. Na hora de passar deste mundo para o Pai, Nosso Senhor Jesus Cristo, volta, do alto da cruz, seu olhar bendito para sua mãe e para o discípulo que Ele amava. Confia um ao outro: o discípulo à mãe e a mãe ao discípulo. Nesse “discípulo amado”, que muitos autores identificam com o próprio evangelista São João, todos nós, “discípulos amados de todos os tempos”, estávamos representados. E foi a cada um de nós e à Igreja, no seu conjunto, que esta “mulher” foi entregue como “mãe”.

A Tradição da Igreja ininterruptamente entendeu esta missão materna de Maria, que lhe foi confiada pelo próprio Pai. Missão essa exercida com relação ao Filho e, também com relação à Igreja. O Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática sobre a Igreja “Lumen Gentium”, retomou o ensinamento sobre a maternidade de Maria, referindo-a aos fieis cristãos, como podemos ver no n.62:“Por sua maternal caridade cuida dos irmãos de seu filho, que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz pratia.” A mesma “Lumen Gentium”, no n. 63, nos relembra que Maria é também “modelo para a Igreja” e retomando o ensinamento de Santo Ambrósio, afirma que Maria “é o tipo da Igreja na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo”.

Na vida de cada cristão essa consciência da “maternidade de Maria” deve levar a duas atitudes concretas: a primeira delas é a tomada de consciência de que Maria, como Mãe, é também nossa intercessora junto a seu Filho; a segunda atitude consiste reconhecer que Maria é nosso “modelo”; contando sempre com sua pronta intercessão, sem esquecer-nos de que o único mediador é o nosso Cristo Senhor, recorremos a essa mãe, para que ela suplique conosco ao Filho pelas nossas necessidades. 

Não podemos nos esquecer deste aspecto fundamental da nossa devoção mariana – a saber – que ela é modelo para todos os cristãos. Sendo assim, devemos imitar suas virtudes. E que virtudes poderíamos enumerar? Seguem abaixo apenas algumas que podemos brevemente colher de algumas passagens das Escrituras Sagradas.

  • Maria é a mulher aberta à novidade de Deus, que sabe ouvir (obediente) e acolhe com fé a Palavra (cf Lc 1,38)

  • É Disponível para Deus e para os irmãos (cf. Lc 1,39)

  • É a Virgem portadora do Espírito (cf. Lc 1,41)

  • Maria é modelo de fé (cf. Lc 1,45), 

  • É a Mulher que guarda a Palavra de Cristo em seu coração (cf. Lc 2,51b) 

  • A mulher das dores (cf. Jo 19,25).


Peçamos ao Espírito Santo a graça de imitarmos em nossa vida o que foi a vida terrena da Virgem Santíssima, para que possamos ter um pouco da essência dela nas nossas vidas, e acima de tudo, que tenhamos firmeza espiritual, para estarmos de pé mesmo em meio às maiores cruzes da nossa vida, assim como esteve nossa boa Mãe, firme aos pés da cruz.

Padre Fábio Siqueira.
Texto com adaptações.
Fonte Jornal Testemunho de fé – maio de 2015.

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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