Qual a nossa missão?

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Descobrir a nossa missão é descobrir o nosso lugar no mundo. É perceber de que forma concreta podemos viver nossa vocação. Com relação a isto, Papa Francisco em sua Mensagem pelo 55º Dia Mundial de Oração pelas vocações, nos dá três dicas/aspectos essenciais para discernir e responder ao chamado que Deus nos faz para nos entregarmos em alguma missão. 
“Estes três aspetos são: 1- Escuta; 2; Discernimento; 3- vida, que servem de moldura também ao início da missão de Jesus: passados os quarenta dias de oração e luta no deserto, visita a sua sinagoga de Nazaré e, aqui, põe-Se à escuta da Palavra, discerne o conteúdo da missão que o Pai Lhe confia e anuncia que veio realizá-la «hoje» (cf. Lc 4, 16-21).

Trecho da Mensagem do Papa Francisco para o 55º
Dia Mundial de Oração pelas Vocações (22 de abril de 2018)
Escutar
A chamada do Senhor – fique claro desde já – não possui a evidência própria de uma das muitas coisas que podemos ouvir, ver ou tocar na nossa experiência diária. Deus vem de forma silenciosa e discreta, sem Se impor à nossa liberdade. Assim pode acontecer que a sua voz fique sufocada pelas muitas inquietações e solicitações que ocupam a nossa mente e o nosso coração. Por isso, é preciso preparar-se para uma escuta profunda da sua Palavra e da vida, prestar atenção aos próprios detalhes do nosso dia-a-dia, aprender a ler os acontecimentos com os olhos da fé e manter-se aberto às surpresas do Espírito.
Não poderemos descobrir a chamada especial e pessoal que Deus pensou para nós, se ficarmos fechados em nós mesmos, nos nossos hábitos e na apatia de quem desperdiça a sua vida no círculo restrito do próprio eu, perdendo a oportunidade de sonhar em grande e tornar-se protagonista daquela história única e original que Deus quer escrever conosco.
Discernir
Na sinagoga de Nazaré, ao ler a passagem do profeta Isaías, Jesus discerne o conteúdo da missão para a qual foi enviado e apresenta-o aos que esperavam o Messias: «O Espírito do Senhor está sobre Mim; porque Me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-Me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar o ano favorável da parte do Senhor» (Lc 4, 18-19).
De igual modo, cada um de nós só pode descobrir a sua própria vocação através do discernimento espiritual, um «processo pelo qual a pessoa, em diálogo com o Senhor e na escuta da voz do Espírito, chega a fazer as opções fundamentais, a começar pela do seu estado da vida» (Sínodo dos Bispos – XV Assembleia Geral Ordinária, Os jovens, a fé e o discernimento vocacional, II.2).
Em particular, descobrimos que a vocação cristã tem sempre uma dimensão profética. Como nos atesta a Escritura, os profetas são enviados ao povo, em situações de grande precariedade material e de crise espiritual e moral, para lhe comunicar em nome de Deus palavras de conversão, esperança e consolação. Como um vento que levanta o pó, o profeta perturba a falsa tranquilidade da consciência que esqueceu a Palavra do Senhor, discerne os acontecimentos à luz da promessa de Deus e ajuda o povo a vislumbrar, nas trevas da história, os sinais duma aurora.
Viver
Por último, Jesus anuncia a novidade da hora presente, que entusiasmará a muitos e endurecerá a outros: cumpriu-se o tempo, sendo Ele o Messias anunciado por Isaías, ungido para libertar os cativos, devolver a vista aos cegos e proclamar o amor misericordioso de Deus a toda a criatura. Precisamente «cumpriu-se hoje – afirma Jesus – esta passagem da Escritura que acabais de ouvir» (Lc 4, 20).
A alegria do Evangelho, que nos abre ao encontro com Deus e os irmãos, não pode esperar pelas nossas lentidões e preguiças; não nos toca, se ficarmos debruçados à janela, com a desculpa de continuar à espera dum tempo favorável; nem se cumpre para nós, se hoje mesmo não abraçarmos o risco duma escolha. A vocação é hoje! A missão cristã é para o momento presente! E cada um de nós é chamado – à vida laical no matrimônio, à vida sacerdotal no ministério ordenado, ou à vida de especial consagração – para se tornar testemunha do Senhor, aqui e agora.
Realmente este «hoje» proclamado por Jesus assegura-nos que Deus continua a «descer» para salvar esta nossa humanidade e fazer-nos participantes da sua missão. O Senhor continua ainda a chamar para viver com Ele e segui-Lo numa particular relação de proximidade ao seu serviço direto. E, se fizer intuir que nos chama a consagrar-nos totalmente ao seu Reino, não devemos ter medo. É belo – e uma graça grande – estar inteiramente e para sempre consagrados a Deus e ao serviço dos irmãos!
O Senhor continua hoje a chamar para O seguir. Não temos de esperar que sejamos perfeitos para dar como resposta o nosso generoso «eis-me aqui», nem assustar-nos com as nossas limitações e pecados, mas acolher a voz do Senhor com coração aberto. Escutá-la, discernir a nossa missão pessoal na Igreja e no mundo e, finalmente, vivê-la no «hoje» que Deus nos concede.
Ir. Luiza Pralon, OSR.
Fonte: Vatican News
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As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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