Celebrando a presença de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Compartilhar
O mês de junho, como Igreja, vivemos a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e nós, Família Oblata, também a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, já que o 27 de junho é o dia dedicado a Ela.
Cultivamos um amor todo especial a Nossa Senhora sob esse título que nos foi herdado da Espiritualidade Redentorista e dos Nossos Fundadores – Pe. Serra e Madre Antonia – que a escolheram como Aquela que vela pela nossa fidelidade no caminho de seguimento de Jesus. Disse o nosso Fundador: “Nomeemo-la suprema Governadora de toda a Congregação. Quanta necessidade nós teremos de seu Perpétuo Socorro para conseguir, por sua mediação, a perseverança e a conversão das mulheres encomendadas aos nossos cuidados!”. Aprendemos tanto com o Pe. Serra e Madre Antonia, como com as irmãs que nos antecederam nos primeiros anos de fundação e expansão da Congregação, esse amor que nos faz até hoje recorrer a Ela e a reconhecê-la como nossa Mãe e Companheira de caminho.
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é venerada num quadro que “foi pintado no estilo bizantino da Igreja Oriental”, é um ícone que nos convida a olhar, a contemplar, a ir mais além e entrarmos no Mistério do Amor de Deus revelado na Virgem Maria. É uma experiência orante que alimenta e aquece o nosso coração, pois evoca a presença da Mãe de Deus em nossa na vida, na caminhada de cada dia, na vida das mulheres em situação de prostituição! Por isso vale a pena, mesmo de forma sucinta, percorrer cada parte do quadro para podermos contemplar com sentido, já que todo ele é rico de significado. 
Olhando para Maria percebe-se que Ela olha diretamente para nós, não olha para Jesus, nem para os anjos aos lados. Ela olha somente para nós, como se quisesse nos falar uma coisa muito importante e certamente fala ao coração de cada filha e filho que a contempla. 
A cor dourada na Idade Média significava o céu e está vestida com um manto azul com forro verde e uma túnica vermelha que eram as cores da realeza, ou seja, Ela é nossa Rainha, seja no Céu como na Terra, tendo poder para interceder por nós. Parece que a estrela de oito pontas sobre a sua fronte foi provavelmente colocada depois por um artista para representar que “Maria é a estrela que nos guia até Jesus”.
As letras acima da sua cabeça a proclamam Mãe de Deus (em grego) e as letras à direita do Menino proclamam que ele é Jesus Cristo.
No quadro Jesus não está olhando para nós, nem para Maria, nem para os anjos. Ele se agarra à sua Mãe, mas seu olhar é distante, olhando para alguma coisa que não podemos ver e que o fez voltar-se tão rápido para a sua Mãe, buscando Nela proteção e amor a ponto de uma das suas sandálias quase ter caído.
As figuras que aparecem de ambos os lados de Jesus e de Maria e que são identificadas pelas letras gregas acima deles como sendo os Arcanjos Gabriel e Miguel nos dão a resposta porque o Menino se assustou e recorreu logo à Sua Mãe. Eles ao invés de trazerem harpas e trombetas de louvor e ação de graças trazem “os instrumentos da Paixão”, “à esquerda, Miguel segura uma urna contendo o fel que os soldados ofereceram a Jesus na cruz, a lança que atravessou seu lado e a vara com a esponja e à direita, Gabriel carrega a cruz e os quatro cravos”. 
Entendemos então que Jesus, conhecendo todo o sofrimento e morte que o esperava, como homem sente medo e voltou-se para sua Mãe que o segura nesse momento, certa de que Ela não pode evitar tudo que lhe irá acontecer, mas lhe oferece o seu amor, sua ternura e seu conforto. 
E Nossa Senhora olha para nós, como se nos convidasse a entrar nessa confiança porque sabe que nós também, suas filhas e filhos, vivemos momentos de muita luta e muitos perigos, que temos medo de enfrentar aquilo que nos custa, afinal entende dos dramas humanos. O seu olhar profundo nos revela que, assim como Seu Filho voltou-se para sua Mãe e encontrou refúgio, nós também podemos nos dirigir a Ela com igual confiança e prontamente nos oferece o mesmo Amor e nos alenta no caminho. 
Assim que recorramos todas e todos a Ela sempre, pois Nossa Mãe nunca nos abandonará e vamos rezar agora e renovar a nossa Consagração a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro:

Ó Maria, eu Vos escolho por minha Mãe e  Mestra. Eu vos consagro tudo o que tenho tudo  o que sou.  Eu Vos  dou  o meu  corpo, a minha  alma, os meus bens, o meu passado, o meu presente, o meu futuro, as  minhas  alegrias, as  minhas  dores, a minha  vida, a   minha morte, a  minha  eternidade. Disponde  de  mim como Vos aprouver. 
Recebei este meu ato de amor: quero ser Vossa para ser de Jesus. Santa Mãe do Perpétuo Socorro, abençoai-me! Amém. 

Por: Ir. Beatriz, OSR


Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *