8 de março – Dia Internacional da Mulher

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Dia da Mulher, momento para lembrar e celebrar as lutas e conquistas de milhares de mulheres no mundo. Mas uma data para refletirmos quantas vidas femininas necessitam de uma mão amiga, de um impulso para resgatar sua própria vida e História. 

SOMENTE SOU 
                                                                                                          Ir. Marilda de Souza


Preciso saber, seu nome mulher?
Meu nome, Deixa eu me lembrar… 
Já me chamaram de tantos nomes, apelidos, 
sobrenomes, que nem me sei quem sou. 
Bom me chamam de “Dita”, de Valdita, fui batizada assim.

Por favor, me dê seu CPF, RG, comprovante
de residência e outros documentos que tenha ai. 
Tenho nada disso não senhora. 
Se tinha, perdi pelo mundo afora.
O primeiro que perdi foi o tal de CPF
(era do Centro de Partida de Futebol?), mesmo sendo mulher 
gosto de ver a bola rolar, ou melhor, gostava. 
Hoje nem posso ver.
Foi a máfia do futebol que se aproximou de mim,
encheu de elogios minha “fia” e eu nunca mais vi.
redondo pra mim só a lua, o sol, nada mais…

   O meu RG, aquele que tem uma 
      fotinha, joguei no primeiro matagal
  que encontrei no meu caminho. 
     Sabe, o que me identificava, tirou 
    o pouco da vida que me restava.

Eu não moro, habito, aqui e ali. 
                   Sou coberta pelo tempo, num tapete de luar. 
       Minha companheira é a estrela Dalva, 
     conto tudo pra ela, não guardo nada. 
                         Nossa conversa acontece quando todos dormem,
aproveito sua hora de plantão. 

Parece uma vida diferente, e é. 
O vento na cara, o frio no pé, 
é suave, mas às vezes dói. 

Me vejo sob olhares que corrói, mas que faz de mim
eu, a mulher que o tempo moldou. 
Sonhadora e que precisa a cada noite 
De um tapete de estrelas.

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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