Especial Mês da Bíblia – A Palavra de Deus na vida do jovem

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“Tua Palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” (Sl 119, 105).


Setembro é o Mês da Bíblia. Nele, destaca-se a Palavra de Deus. Palavra tantas vezes proclamada, estudada, rezada, refletida, meditada e até mesmo cantada. Vivemos sob o reflexo do Sínodo da Palavra, realizado em outubro de 2008, evento que apontou para centralidade da Palavra na vida cristã. A Igreja já caminha sustentada pela Palavra, que nunca envelhece nem se esgota. É o meio privilegiado que a rejuvenesce.

A Palavra de Deus é um caminho seguro para quem deseja encontrar sua vida. Nessa atitude, encaixa-se em especial a juventude, como se lê no Salmo 119,9: “Como um jovem conservará puro o seu caminho? Observando a tua Palavra”.

Hoje muitos jovens buscam na Palavra o sustento para o seu caminho. Nesse sentido, cabe a à Igreja, à família e a quantos estão envolvidos na evangelização, ou na iniciação cristã da juventude, a tarefa de favorecer-lhes o acesso à Palavra de Deus.

A Palavra de Deus é como semente que a seu tempo germina, como podemos verificar no testemunho de Nelma Mariana, jovem catequista que semeou a Palavra de Deus no coração da sua turma de Crisma, mas, antes, no encontro pessoal com a Palavra, se deixou transformar por ela.

“No mundo existem muitas vozes a nos chamar, ensinando-nos a ser egoístas. Mas na vida algo de diferente precisa acontecer. Aos 17 anos comecei a frequentar encontros de Crisma. Antes de ir lá, pensava que seria mais um encontro monótono. Mas Deus me surpreendeu já na primeira leitura que a catequista trabalhou, Atos dos Apóstolos 9, 1-20, conversão-vocação de Saulo. Naquele dia, a Palavra veio como uma flecha no meu coração, na minha experiência de queda. Como Saulo, eu estava cega. Além de ferida diante de uma família desfeita pelo divórcio, cheia de mágoa, culpava meu pai por tudo.

Embora minha mãe tenha me ensinado a rezar, deixei de fazê-lo devido aos questionamentos de meus colegas: por que rezar o Pai-Nosso se o teu pai não existe para ti? Todavia, na Crisma a catequista sempre nos dava um capítulo ou versículos para refletirmos durante a semana e partilharmos no dia do encontro seguinte. Lembro-me de que a Palavra para meditar falava sobre perdão, mas não passei a semana refletindo, meditei próximo de acontecer o encontro. E vi o quanto precisava perdoar o meu pai. Fazia 11 anos que não falava com ele.

Após a partilha com o grupo da Crisma, aconteceu um momento de adoração. Diante de Jesus Eucarístico tomei a decisão de ir ao encontro do meu pai. Chegando à casa dele, não dei tempo para ele falar, comecei a pedir perdão por todas as acusações que fizera. Disse-lhe que eu o perdoava e desejava recomeçar; reconhecia o tempo perdido e disse-lhe em alto e bom som “Eu te amo”.

Hoje somos amigos, partilhamos a nossa vida, o amor venceu! Reconheço o quanto foi necessário ter escutado a Deus, na Palavra. Ela me trouxe vida e libertação. A partir desse dia não fui mais a mesma. Hoje livre sou por amar a família que Deus me deu. Mais que faltas passadas, vejo que o importante é o presente, vivido à luz do amor d’Aquele que doou sua vida por nós. Desse modo, realiza-se o que diz a  1ª Carta de São João 2,14: “Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, porque a Palavra de Deus permanece em vós”.

Texto: Iracema Leal, fsp – Revista Família Cristã Setembro de 2010.

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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