De repente m murmúrio,
Olha quem vem chegando a este lugar.
Uma multidão O seguia, eu também perto queria chegar.
Foi então que me dei conta de que minha
Pequenez me impedia de enxergar o que todo mundo via
e que eu desejava, mas não conseguia me aproximar.
Segui meio a distância, coloquei-me na ponta dos pés,
Dei a volta do outro, eu queria também enxergar,
ou quem sabe me aproximar do Messias que acaba de chegar.
imagem: forademim.com.br |
O esforço parecia em vão, não havia espaço na multidão,
Como Ele iria me ver se nem meus olhos, podiam lhe alcançar.
De repente uma luz sobreveio na mente do homem pequeno, como eu.
Talvez do alto de uma árvore pudesse ver mesmo de longe
Aquele que estava com os seus.
Zaqueu naquele verão seco na primeira árvore subiu,
nada lhe roubava a decisão de ver Jesus, para enfim contemplar
Aquele corpo solidário que se deixava tocar.
Qual surpresa de Zaqueu quando um olhar cruzou o seu,
Era o Mestre que de pé o olhava sem piscar,
E em meio à multidão o atraía com o olhar.
No diálogo do silêncio,
Zaqueu pode dizer que seu corpo solitário,
Um corpo solidário queria ver
E dizer o que viva os caminhos que percorreu antes de lhe conhecer.
Atraído por aquele olhar, Zaqueu desceu da árvore e o Mestre pode abraçar.
Seu abraço nada cobrava, apenas o relembrava o que quer dizer amar.
Jesus segurou forte na nuca de Zaqueu, e lhe disse em tom firme:
– Sabe, “hoje em sua casa, preciso entrar”.
Deixe-me adentrar onde tantas pessoas já pisaram,
Mas não conseguiram transformar.
Em meio à fala maldosa de tantos fariseus,
Jesus partilhou a vida com o novo amigo Zaqueu.
Algo mágico por fim aconteceu, já não havia solidão.
Aquele era o encontro de dois corpos solidários
Que no primeiro olhar, abriu portas e janelas para o Amor entrar.