Vocação Religiosa: A Alegria de Servir

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A Vida Religiosa é um dom de Deus para a Igreja e para o mundo. No ano da Vida Religiosa Consagrada, nos perguntamos, quem são os religiosos? São homens e mulheres que livremente decidiram consagrar suas vidas pela causa do Evangelho, através dos Conselhos Evangélicos, que são os votos de Castidade, Pobreza e Obediência. A Profissão dos Conselhos Evangélicos vão na “contra mão” da sociedade moderna, pois o que as pessoas mais buscam para suas vidas é o poder, o prazer e o ter.
Aos olhos dos homens parece ser loucura, no entanto, podemos compreender  o sentido da Vida Religiosa na gratuidade, no serviço  e na doação pela causa do Reino de Deus que se traduz na paixão por Cristo e pela humanidade. Quando andamos pelo país afora e vemos o trabalho silencioso das irmãs e  irmãos nas obras sociais, nos hospitais, nas escolas, principalmente nas periferias, através do acolhimento e da dedicação aos mais sofridos e abandonados da sociedade, resgatando vidas,  restituindo-lhes a dignidade de filhos de Deus,  isto nos faz acreditar na Vida Consagrada Religiosa como sinal  e anúncio do Reino de Deus  aqui e agora. 
O Papa Francisco, quando esteve no Brasil em sua primeira homilia na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, exortou o povo de Deus a ter três simples posturas: ‘conservar a esperança, deixar-se surpreender por Deus e viver na alegria’. O que significa para a Vida Religiosa Consagrada viver na alegria? 
O Papa Francisco responde (…) se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos deixar de ser testemunhas dessa alegria. O cristão é alegre, nunca está triste. (…)Se estivermos verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso lado. 
Na sua carta “Alegria do Evangelho”, ele nos diz: “Onde estão os religiosos existe alegria”. Somos chamados na Vida Consagrada Religiosa a experimentar e mostrar que Deus é capaz de preencher o nosso coração e fazer-nos felizes sem necessidade de procurar noutro lugar a nossa felicidade, que é a autentica fraternidade vivida nas pequenas comunidades e na vivência cotidiana do Mistério Eucarístico que  alimenta a  nossa alegria.
Este ano da Vida Consagrada, proclamado pelo Papa Francisco, veio nos trazer um novo impulso à Vida Religiosa na Igreja. Através de sua carta aos consagrados, o Papa afirma: Como Dom de Deus, chamados para servir e em especial aos pequenos e pobres, aos que estão à margem, os religiosos são convocados a ir às periferias das cidades trazer esperança e vida para o nosso povo.
Aquele ou aquela que busca dedicar sua vida ao chamado de Deus precisa sair de si mesma para ir às “periferias existenciais”, se encarnar na Boa nova do seguimento de Cristo para levar a alegria e a consolação de Deus para todos, sendo luz e profecia do Reino . Os religiosos são chamados a viver a profecia, sendo sinal, apontando caminhos. Seguir Jesus Cristo, doar a vida a Ele, a serviço do Reino.
Dentro das limitações humanas, nas preocupações, do dia a dia, os consagrados vivem a fidelidade, dão razão  a alegria que vivem, convertem-se em testemunho luminoso, anúncio eficaz, companhia e proximidade para com os homens e mulheres do nosso tempo. 
O termo vocação vem do latim, vocare que quer dizer “chamado”, ou seja, chamado a um desafio, um convite. A nossa vocação fundamental e primeira é a de sermos pessoa humana. Somos chamadas (os) a ser protagonistas e sujeitos de nossa história, a conviver como irmãs (os) uns dos outros, chamadas (os) a viver a palavra do Deus amor, que nos ama e nos chama. Na Igreja vocação é um chamado de Deus para o serviço de seu reino. Alguns homens e mulheres se sentem inquietados e chamados a assumir sua vocação no estilo da vida religiosa consagrada .
A Vocação Religiosa é um dom para a Igreja e um sinal para o mundo. Os religiosos são consagrados a Deus para servi-lo, através dos irmãos e irmãs. Este serviço se dá através de um jeito próprio, ou seja, de acordo com o Carisma de cada Congregação Religiosa e de cada membro da mesma, como um dom, um modo próprio de ser, estar e agir na Igreja e no mundo. Esse dom doado pelo Espírito torna a pessoa apta a realizar determinada missão .
São Homens e mulheres que animados pelo Evangelho e inquietados pelo chamado de Deus, desejam consagrar sua vida totalmente a Deus, numa espiritualidade e missão específica. Chamados a deixar tudo; casa, família, bens, e livremente ingressam numa Congregação ou Ordem Religiosa. Professam os Votos de pobreza, castidade e obediência, procura viver sua consagração batismal numa vida de oração e trabalho. O fundamento da vida religiosa é Jesus Cristo, sendo Ele o Redentor de nossa história e de nosso chamado, torna-se alimento que nutre nossa vida e nos torna testemunhas vivas do seu Reino de amor.
As Congregações Religiosas, Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica são convidadas pelo Papa Francisco a refletirem sobre o tempo de graça que nos é dado viver: Acolher o nosso chamado significa renovar a vida segundo o Evangelho, viver a radicalidade evangélica não é só para os religiosos: mas, a todos os cristãos. Porém os religiosos seguem o Senhor de modo especial, de modo profético. E o Papa, espera de nós esse testemunho. Que sejamos homens e mulheres capazes de despertar o mundo.
Acolher tal magistério significa renovar a vida segundo o Evangelho, não no sentido de radicalidade entendida como modelo de perfeição e, muitas vezes, de separação, mas no sentido de adesão ao encontro de salvação que transforma a vida: Trata-se de deixar tudo para seguir o Senhor. A radicalidade evangélica não é só para os religiosos: mas, a todos os Cristãos. Porém os religiosos seguem o Senhor de modo especial, de modo profético . Aquele ou aquela que busca dedicar sua vida ao chamado de Deus precisa sair de si mesma para ir às “periferias existenciais”, se encarnar na Boa nova do seguimento de Cristo para levar a alegria e a consolação de Deus para todos, sendo luz e profecia do Reino .
Queremos dizer para os jovens que vale a pena deixar tudo pela causa do Reino. Pois quem encontrou o verdadeiro amor e deixou-se encantar por Ele, é capaz de segui-Lo na alegria e na liberdade.
“Sede alegres, porque é bonito seguir Cristo, tornar-se ícone vivo de Nossa Senhora e da nossa Santa Mãe Igreja!” (Papa Francisco)
Ir. Magda Ramalho, Franciscanas da Ação Pastoral,
e Ir. Sirley da Silva, Oblatas do Santíssimo Redentor.

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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