Um dos estados de vida que é santificado por Nosso Senhor Jesus Cristo é o estado matrimonial. Assim como Jesus abençoa um Sacerdote com um Sacramento especial, assim também abençoa o homem e a mulher que se unem para formar uma família. Para isso Jesus instituiu o Sacramento do Matrimônio, ou Casamento. Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne (Gn 2,24); quando Jesus veio ao mundo para nos salvar, elevou este casamento natural à dignidade de Sacramento, ou seja, deu a esta união do homem e da mulher um valor sagrado, com as graças correspondentes para a missão que recebem.

O Sacramento do Matrimônio tem um grande valor para toda a comunidade cristã e, em primeiro lugar, para os esposos, cuja decisão é tão grande que não poderia ser sujeita à improvisação ou a escolhas apressadas.
A partir de Cristo o amor dos casais é elevado à graça de sacramento, isto é, se transforma em fonte de santificação e de salvação na vida do homem e da mulher, um grande bem para a família, para os filhos e para toda comunidade cristã.
A importância da preparação implica um processo de evangelização, que é maturação e aprofundamento na fé. Se a fé está debilitada e quase inexistente (Familiaris Consortio = FC 68), é necessário reavivá-la e não se pode excluir uma exigente e paciente instrução que suscite e alimente o ardor de uma fé viva. Sobretudo onde o ambiente se paganizou, será particularmente aconselhável um “itinerário que recalque dinamismos do catecumenato” (FC 66) e uma apresentação das verdades cristãs fundamentais que ajudem a adquirir ou a reforçar a maturidade da fé dos contraentes. “É desejável que o momento privilegiado da preparação para o matrimônio se transforme, como sinal de esperança, numa Nova Evangelização para as futuras famílias”.
Para isto se faz necessário, antes de tudo, que o casal tenha a compreensão do valor e do sentido da vida humana, entendida sob os horizontes da fé cristã. Como criaturas humanas não somos apenas o resultado de um encontro circunstancial do espermatozóide com um óvulo, mas somos em primeiro lugar uma iniciativa de Deus que se tornou vida humana através do amor dos nossos pais. A Bíblia nos revela que Deus-Pai nos pensou desde sempre e para sempre. Em virtude dos méritos da redenção de Cristo fomos elevados à dignidade de filhos e de filhas de Deus, herdeiros e co-herdeiros da vida eterna. Somos em nossa natureza humana, filhos do tempo e herdeiros da eternidade.
Sem esta compreensão, do sentido e da razão maior da vida humana, o amor cristão entre um homem e uma mulher tem pouca solidez para sobreviver e se realizar através das exigências do existir a dois num mundo marcado pelo relativismo dos critérios do ter, do gozar e do consumir em detrimento dos valores do ético, do ser e do existir.

A meta do casal cristão é a santificação do matrimônio, santificar-se no matrimônio e santificar os outros pelo matrimônio. Recordemos o que disse o Papa João Paulo ll: “Os dois bens mais preciosos da humanidade, chamam-se: Família e matrimônio. Por isso, o futuro da humanidade passa pela família”.
Carlos Emílio
Comunidade Católica Shalom