“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura” Mc 16.15
Antes de tudo, é uma alegria entrar em contato com vocês, leitores do blog novamente, como já se passou um tempo desde o último escrito, vai uma breve apresentação: Irmã Priscilla, juniora das irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, atualmente vivo em Montevidéu, Uruguai, onde também temos um Projeto que trabalha com as Mulheres em situação de Prostituição. Agora com as devidas apresentações, iremos conversar sobre:
COMO SER JOVEM MISSIONÁRIA OBLATA NO MUNDO ATUAL,
COM SUAS ALEGRIAS E DESAFIOS.
Andando pelas ruas de Montevidéu, me veio um insight. Apareceu em minha mente à palavra FRONTEIRA e em seguida a citação de Mc 16.15 que coloco como título deste artigo.
Ser missionário hoje é não ter o limite da fronteira, mas sim vislumbrar a terra como um bloco único, sem divisões, mas sim como parte de um todo, um conjunto que é o Reino de Deus, Reino este que necessita da presença, da escuta, da palavra e ações de Jesus, pois somos continuadores de sua obra.
Missionário é aquele que é enviado a uma missão. É aquele que testemunha Jesus Cristo com palavras e/ou exemplos, que busca na medida do possível fazer-se semelhante a Ele. E ser Missionária Oblata, significa que tenho uma identidade, é dizer para mim, que ofereço a minha vida ao Redentor, o meu SER Mulher, para que elas, as Mulheres em situação de prostituição tenham vida e vida em abundancia, com disse Jesus.
É olhar para as mulheres em situação de prostituição e como disse nossa Madre, VER NELAS O ROSTO DO REDENTOR, mas que elas também possam olhar para cada uma de nós e ver, contemplar o Rosto do Redentor, que vem através de uma acolhida, um abraço, um escuta atenta, um acompanhamento…
Ser missionária no mundo atual implica alguns desafios e alegrias. Comecemos pelos desafios porque assim fechamos nossa conversa com as alegrias de seguir os passos do Redentor.
Um desafio de ser missionário no dia de hoje é a busca do silêncio e do encontro com Deus num mundo de ruídos, das tecnologias cada vez mais avançadas, de muitas informações, do ativismo, onde temos que estar a todo o momento produzindo, fazendo. Como conseguir parar, silenciar para buscar intimidade com Deus, um encontro com Aquele que te chamou te sustenta?
Este é um desafio que necessitamos supera-lo, devemos cultivar espaços de encontro com Deus, se até Jesus se retirou várias vezes para rezar (Lc 6.12 “… naquela ocasião Jesus se retirou para um monte a fim de rezar…”). Porque só a partir de um encontro com Ele seremos capazes de colocar o pé na realidade, de ir de encontro à dor do outro, e juntas fazer este caminho de Redenção.
Mas também, ser missionária Oblata é demostrar a alegria de ser consagrada em meio a um mundo que esta se tornando cada vez mais individualista e nós fazemos a opção por viver em comunidade, viver a alegria de estar e compartir a vida, missão e oração com aquela que também escutou e atendeu ao chamado de Deus. É mostrar com nossa forma de ser e estar que vale a pena entregar nossa vida, ser inteiramente Dele. Fazer de nossa vida uma eterna Oblação.
É ter a riqueza de ser encontrar com muitas pessoas de distintas realidades, e saber que a fronteira não separa e impede que o amor de Deus chegue a todos os lugares, até os “confins do mundo”.
E assim me despido de vocês, lembrando as palavras de nosso Papa Francisco: “Façam bagunça”, mas uma bagunça de acordo com as atitudes de Jesus. E espero que possam ser também missionarias (os) onde Deus te chamar.
Que Deus abençoe a cada um. Até a próxima.
Irmã Priscilla Fernandes,
juniora-OSR.