Aprendemos com Israel a chamar Deus de “Santo”. Conscientes de nossas culpas, tivemos a revelação de Sua Justiça, Bondade e Misericórdia. Só podíamos nos apresentar a Ele com santo temos (ver Ex 3,1-6; Gn 15,12). Aquele-que-é Três Vezes Santo, o Santíssimo (ver Is 6,3), sempre quis fazer de nós o Povo Santo (ver Dt 7,6.14,21; Lv 11,44). Desde Abraão, reconhecemos que, pela Fé, o Senhor nos santifica (ver HB 11). Aprendemos que “os corpos dos santos ressuscitarão” (Mt 27,52). Jesus, nosso Senhor, comunica a Santidade aos que ouvem o Evangelho do Reino, em partircular, na Igreja, pelos Sacramentos (ver Mt 13,24-30; Cl 1,22; 2Cor 1,12). Já nos começos da vida cristã, éramos chamados de “santos” (ver 2Cor 11,2; Rm 15,26-31; Ef 3,5-8; 4,12). Esta é anossa vocação!
A Mãe Igreja reconhece, por graça do Espírito que a conduz e assiste, a santidade exemplar que brilha em muitos de seus filhos e filhas mais humildes. Ela os inscreve, quando assinalados por milagres e pela fama de santidade, no catálogo (“cânon”) de santos e santas, isto é, ela os declara santos e dignos de veneração, dignos de ser tidos como nossos intercessores em Cristo, o Único Mediador.
No Oriente cristão, já no século IV, celebrava-se uma festa em honra de Todos os Mártires . Em Roma, esse costume começou mais tarde, quando se dedicou o antigo templo a todos os deuses, o “panteon”, a Nossa Senhora, Rainha dos Mártires (609). Foi na Inglaterra e na Irlanda (século VIII), que nasceu a nossa atual festividade em honra de todos os santos e santas, a qual se propagou pela Europa cristã. No prefácio, está bem claro que agradecemos a Deus não só por santos e santas canonizados, mas por todos aqueles que só Deus conhece: estamos “alegres por saber que estão em Vossa luz tantos membros da Igreja, que nos dais, ao mesmo tempo, como exemplo e ajuda inestimável”. Sim, é uma multidão, “que ninguém pode contar” (ver Ap 7,9).
Pe. Paiva
Fonte: Revista Mensageiro do Coração de Jesus