Oração pelos que partiram e pelos que ficaram – 2 de novembro Dia de Finados

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Senhor!
Retornando do velório de um jovem amigo, me vejo refletindo, mais uma vez, no mistério da morte.
Em redor do corpo imóvel, recoberto de flores, seus parentes derramavam lágrimas, enquanto outros mostravam  a face transformada pela dor, corpos arqueados pelo peso da perda inadmissível, de alguém que mal começara a vida, e a tivera cortada em estúpido acidente de trânsito.
Alguns amigos, outros, apenas conhecidos em obrigação social, enchiam os espaços do velório,
Discutindo negócios e política, até mesmo contando anedotas.
Forma bizarra de negar a morte, de se colocar bem distantes desta realidade tão terrível para
os que não a conseguem compreender.
Saindo daquele mundo artificial, preferi ficar a sós para melhor conversar conTigo, Senhor.
Quero então Te pedir pelos que já partiram, levados pela irmã morte, nossa constante companheira de todos os dias, desde o momento de nossa concepção no útero materno.
Bem sei, Senhor, que toda a nossa vida é uma constante busca da Felicidade, busca mais das vezes inadequada e frustrante, porque colocamos esta felicidade em bens materiais, em valores terrenos, 
Tão transitórios, tão fugazes como a própria vida corporal que estamos vivendo.
Bem sei que somente ao nos libertarmos de nossas limitações, de nossas fronteiras de tempo e de espaço, seremos capazes de realizar o voo perfeito.
E nele alcançar a Tua presença, se diante dela nos colocamos em nossa vida terrena.
Sei também Senhor, que somente a Ti cabe dizer e quanto de tempo devo viver, quantas  horas, dias, meses ou anos me são dados para construir a minha decisão de unir-me a Ti, quando pela morte libertar-me para a vida eterna.
Sei ainda que, diante da eternidade, não importa o tempo que estou vivendo, que nada significa se morro criança, adolescente, adulto ou bem idoso. Importa tão somente, o que minha vida representa, no tempo que me é dado viver, para mim  mesmo e para todos com quem estou a conviver.
Sei também que meu corpo orgânico é passageiro, mas que minha essência espiritual é permanente e em Ti não morreremos jamais, permanecendo unidos a toda a humanidade, pelos tempos infinitos.
Portanto, Senhor, este amigo que agora vai se sepultado, na verdade teve apenas sua parte transitória aniquilada.
Sua essência absoluta, por estar conTigo, permanece junto de nós, com quem continuamente estás. E então, somente a saudade de uma imagem física, limitada pelo tempo e pelo espaço, portanto parte de meu amigo, sem ser realmente ele, Ficará em meu coração.
Mas ficará também a certeza e a alegria de que ele está sempre presente, agora de modo muito mais perfeito, ao lado de todos os que o amaram, seus amigos e parentes.
Quero também Te pedir  pelos que ficaram , pois são eles os que realmente sofrem na presença da morte, justamente por não compreendê-la  e aceitá-la em sua plena realidade.
Conceda-lhes, Senhor, esta compreensão, Permita-lhes descobrirem a verdadeira dimensão  desta passagem, deste renascimento definitivo, consolando-lhes na saudade, confortando-lhes na súbita perda aparente de alguém que muito amam.
Mas dando-lhes a certeza na ressurreição para uma vida eterna.
Onde, todos juntos, na alegria Viveremos, para sempre em Ti Senhor!
Amém.
Texto: Evaldo A. D’Assumpção.
Fonte Revista Akikolá

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As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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