Nossa casa é o ninho do nosso aconchego. Tanto melhor quanto mais tranquilidade e segurança ele oferecer. Cuidar de nossa cada é cuidar de nós mesmos. Nossa casa é semelhante às camadas que formam a cebola. Começam com o miolo interior de cada um onde a paz é fundamental. Então vêm as pessoas, o quarto, o ambiente e a moradia, a vizinhança, a cidade, o país, o Continente e o planeta Terra que nos abriga. Descobrimos outros planetas vizinhos e, mais longe, o sol, as estrelas, formando as galáxias. Desta forma, nossa casa é o mundo.
Na visão dos astronautas, o pequeno planeta onde moramos é de um azul lindo, enquanto Marte é vermelho e Saturno rodeado de anéis. Este olhar de longe sobre a nossa casa faz perceber o quanto estamos juntos e dependemos uns dos outros para ter a tranquilidade e a segurança que desejamos. Deus cuida do cosmos inteiro e nos deu a Terra como nosso cantinho para morar e cuidar dele. Aqui temos um presente e uma responsabilidade. Esta forma de ver e dizer parece romântica, mas é essencial para manter o bom senso sobre como assumir esta responsabilidade comum. A paz depende do nosso conjunto. Neste ano, a Campanha da fraternidade assumiu de modo ecumênico o tema “nossa casa comum”. É um tema preocupante com muitos sinais de alarme. Há tempo o aquecimento global e outras ameaças tiram nossa tranquilidade na terra. Examinando a nossa responsabilidade nesse assunto, descobrimos um monete de causas como o desmatamento das florestas, gazes poluentes emitidos por carros, por sistemas de mineração e produção industrial; contaminação da água, lixo sólido, lixo orgânico exposto, desperdício de recursos e energias; e tantas outras coisas.
Nossa casa comum se arrisca ou a virar um deserto ou ser exterminada por doenças fatais. A ironia é que esse só um lado dos problemas. Do outro estão nossas formas agressivas e descontroladas de viver, que provocam tudo isto. O lado social tem um impacto determinante no ambiente da nossa casa comum. Parece que a solução é coisa dos governos e políticos; e nem damos tanta importância às discussões e aos tratados mundiais sobre o assunto. Mas há muito para nós também fazermos, a começar pela consciência dos problemas e por atitudes que podemos aprender. Aqui acontece a nossa missão divina de cuidar da nossa casa, o mundo.
Pe. Márcio Fabri dos Anjos, C. Ss.R.
Fonte: Revista de Aparecida – Fevereiro 2016.