Ao anunciar o Reino de Deus aos pobres, a partir de uma realidade bem concreta, Jesus dá continuidade e aprofunda a missão iniciada pelos profetas ao longo da história do povo eleito de Israel. Mas Jesus não é apenas um novo profeta que aparece na história de Israel. Ele é o Profeta (cf. At 3,12-26). E mostra ter consciência de sua vocação e missão profética ao afirmar: “devo prosseguir o meu caminho, pois não convém que um profeta pereça fora de Jerusalém” (Lc 13,33). O próprio povo reconhece a vocação profética de Jesus que inaugura um novo tempo para Israel (cf. Lc 7,16 ; Jo 6,14).
À semelhança dos grandes profetas do Antigo Testamento, Jesus testemunha ao povo o projeto de Deus, de justiça e vida para todos. Desde esta perspectiva, consideramos a Cultura Vocacional como a responsabilidade dos seguidores de Jesus de denunciar tudo que contradiz a dinâmica do Reino de Deus, e dele dar testemunho e anuncia-lo. Neste sentido, somos todos chamados ao profetismo e a discernir, à luz do Espírito Santo, o caminho da libertação.
Como animadores e animadoras das vocações e ministérios, não podemos esquecer que nossa vocação é profetizar dentro e fora da Igreja. Juntos, buscamos reinterpretar os acontecimentos da história à luz do projeto do Reino de Deus, e dele dar testemunho e anuncia-lo. Neste sentido, somos todos chamados ao profetismo e a discernir, à luz do Espírito Santo, o caminho da libertação. Não podemos esquecer que nossa vocação é profetizar dentro e fora da Igreja. Juntos, buscamos reinterpretar os acontecimentos da história à luz do projeto do Reino de Deus ao qual Jesus entregou a sua vida. Enquanto construtores da Cultura Vocacional, temos a preocupação de defender e promover a vida, principalmente aquela que se encontra mais ameaçada.
A fidelidade ao projeto do Reino traz consequências sérias para os que assumem com coragem a vocação profética. Implica, quase que necessariamente, em sofrimento, perseguição e incompreensões. Apesar disto, não recuamos nem negociamos os valores do Reino. A busca da justiça, o anúncio do evangelho e o seguimento de Jesus instauram uma nova ordem sócia, e nos faz sentir verdadeiramente Igreja, comunidade peregrina na fé. Neste horizonte situamos a Cultura Vocacional, apontando e valorizando todas as vocações e ministérios que o Espírito suscita nas comunidades. Cada um, a seu modo, traz acentuada dimensão profética e ajuda na transformação em vista de um a sociedade mais justa e fraterna.
Nossa Vocação é construir o Reino de Deus assinalado por Jesus Cristo. Neste horizonte de fé e esperança, consideramos o Rogate e toda oração vocacional como um “remédio eficaz” onde pedimos, com todo o Povo de Deus, operários e operárias para o Reino (cf. Mt 9,38; Lc 10,2).
Texto com adaptações.
Pe. Gilson Luiz Maia RCJ
Fonte Revista Rogate – 2015