Após conhecer a realidade do hospital São João de Deus, Serra dedica grande parte de seu tempo a corte e atividades pastorais, sobre tudo visitas ao Hospital São João de Deus. Era ali que Serra se ocupava em seus dias de folga prestando assistência e confissão as crianças doentes; foi quando lhe pediram que ouvissem a confissão de uma pobre moça, que se encontrava no mesmo hospital.
Desta forma ele se aproximou ainda mais da realidade das mulheres, através do sacramento da reconciliação, e assim não se afastou mais delas. Assim como Jesus sente o povo que está como ovelhas sem pastor, Serra assume a causa destas mulheres: “…então julgando-me obrigado a imitar o Bom Pastor quis pôr sobre os meus ombros a ovelha desgarrada…”. Como Jesus, Serra é sensível à realidade de dor que o cerca e por isso sente que deve fazer algo pelas mulheres.
Em meio aos desafios que iam surgindo, Serra enfrentou calúnias e falsas acusações em relação ao trabalho com as mulheres, pois não era bem visto um bispo que abraçava a luta das mulheres prostituídas, doentes e excluídas pela sociedade.
Serra atento aos sinais de seu tempo, sensível a tal realidade, sente ecoar o “grito silencioso” daquelas mulheres que se encontravam no hospital, e expressa: “isso era demasiado doloroso para que eu pudesse presenciá-lo sem determinar-me a fazer algo em seu benefício”. Ele se sente chamado por Deus a uma nova realidade; sonhava com um local que pudesse acolher as mulheres que deixavam o Hospital S. João de Deus de Madrid.
Fonte:Articulação do caminho de Jesus e Padre Serra
Fernanda Priscilla A. da Silva
Fernanda Priscilla A. da Silva