Antonia foi uma jovem estudiosa e culta, sentiu o chamado de Deus em sua vida, mas não parou para entender essa inquietação, devido aos problemas familiares; morte de seu pai, problemas financeiros, e ter que trabalhar para sustentar sua mãe e suas tias. Por muito tempo esse chamado ficou adormecido em seu coração, mas no ano de 1862, com o término de seu trabalho junto à família real como educadora de princesas, Antonia retomou seu desejo de ser religiosa e passou a colaborar com o trabalho de Padre Serra em favor das missões.
Antonia se dedicou a fazer um acompanhamento de discernimento vocacional e espiritual com Padre Serra, e nesta fase em que colaborava com o trabalho em favor das missões, ela recebe o convite para ajudá-lo na missão com as mulheres em situação de prostituição do hospital são João de Deus.
Padre Serra como orientador acreditava que Antonia, por ser mulher, poderia entender melhor os assuntos e a vida das mulheres, e percebendo sua inquietação vocacional, ele a convida para ajudar nesta missão.
Porém ela não aceita, pois a mudança seria radical, ainda mais para ela que trabalhou e viveu na corte espanhola sendo preceptora das filhas da Rainha Isabel por doze anos; lidar com prostitutas era repugnante.
Mas Padre Serra não desanimou, continuou insistindo e pediu a Antônia que rezasse e a aconselhou ver com outros olhos a realidade. Antonia fez visitas ao hospital São João de Deus, e depois de várias visitas, ela percebeu que a situação na qual àquelas mulheres estavam a tocava cada vez mais ao ver tanta dor!
Antonia foi rezar aos pés da Virgem do Bom Conselho para descobrir a vontade de Deus em sua vida, e sentiu um apelo: “A filha que não ouve o conselho da mãe não é boa filha”. Ela se assustou e acolheu o apelo como vontade de Deus.
Como Vocacionada, Antonia passou por momentos de dúvidas, preconceitos e medos, assim como qualquer pessoa passa quando inicia uma caminhada vocacional. Mas mesmo com seus receios, ela rezou pedindo a intercessão de Deus neste processo de dúvida.
A pós a resposta dada por Nsa Sra do Bom Conselho, Antonia tomou sua decisão com a certeza de que poderia com a força de Deus realizar este grande projeto. Pe. Serra e Antonia acolheram as primeiras mulheres numa casa simples, porém aconchegante. Ela muda de nome e se torna a mulher da Misericórdia.
Padre Serra e Irmã Antonia Maria da Misericórdia se tornam os fundadores desta Congregação, Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor.
Texto: Paula Araújo.
Fonte: B. H. Irmãs Oblatas do Ssmo Redentor.
– Origens da Congregação
Livro a Venerável Madre Antonia – A Pedagogia do Amor