O tráfico de pessoas é um dos maiores problemas na sociedade atual e representa um tema de grande importância para o Brasil e no mundo. Segundo a Agência das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC), todos os anos, 800 mil a 2,4 milhões de pessoas são vítimas do tráfico internacional de pessoas. De acordo com essa organização, esse tipo de crime já lidera o segundo lugar na posição mundial de maior renda por ano. Atrás do tráfico de drogas e na frente do tráfico de armas.
O tráfico de pessoas é um fenômeno social que envolve o deslocamento de pessoas através do engano, da coerção ou do aproveitamento de sua condição de vulnerabilidade social, com a intenção de explorá-la no destino final, obtendo beneficio financeiro. Essa exploração pode ser no mínimo, sexual, trabalho forçado, casamento forçado e venda de órgãos.
O Brasil caracteriza-se por ser um país principalmente de origem de vítimas de tráfico de pessoas; em um grau menor, também é um país de trânsito e destino para pessoas traficadas. Caracterizado ainda pela existência de tráfico internacional de pessoas, principalmente para a exploração sexual de mulheres e meninas brasileiras, em todas as partes do Brasil, mais de 250 mil crianças são envolvidas com a prostituição ao nível nacional. Também foi verificado que existem vítimas masculinas, conforme o relatório americano anual sobre o Tráfico de Pessoas – 2011. Outra modalidade de tráfico com destino no Brasil é o trabalho forçado de mulheres, crianças e homens da Bolívia, do Paraguai, do Peru e da China são comumente explorados em confecções e tecelagens clandestinas, com concentração em São Paulo.
Pesquisas realizadas apontam para um número significativo de mulheres e transexuais brasileiras no exterior, vítimas de tráfico internacional, principalmente para fins de exploração sexual em vários países como: Espanha, Itália, Portugal, Reino Unido, Holanda, Suíça, França e Alemanha, Estados Unidos, Japão, Suriname, Guiana Francesa, Guiana e Venezuela.
O perfil das vitimas é variado, mas algumas características em comum são: a pobreza, desestruturação familiar, abusos dentro e fora da família e problemas financeiros.
Vemos que essa questão do tráfico de pessoas é uma rede muito grande e muito organizada, gerando muitas vítimas. É importante estarmos em constante atenção, pois há muitas pessoas desaparecidas que se enquadram nesta rede de tráfico.
Texto com adaptações.
Fonte: Jornal da Pastoral da Mulher de Belo Horizonte (MG) – Outubro 2014.