Dada à situação da mulher no século XIX, foram muito poucas as que tiveram acesso aos meios de comunicação. Antonia o fez com frequência para falar de Maria.
Maria ocupa um lugar privilegiado na espiritualidade de Antonia. Sua figura surge da raiz mais profunda, a Palavra de Deus e os padres da Igreja: é a anunciada pelos Profetas, a Mãe, por dar-nos seu Filho e por entregar-nos o Filho cravado na cruz; mas é também a mulher forte, a que não se abate na dor e na solidão, a que sabe construir comunidade.
Maria, não é só contemplação e oração; é exemplo a seguir para tornar-se, como ela, generosidade, acolhida, canto de libertação e alegria no seguimento de seu filho.
No itinerário espiritual de Antonia, estão assinaladas diferentes etapas de referência mariana: desde menina, ela se identificou com a Imaculada; quando jovem, viveu de maneira próxima a proclamação do dogma; em sua etapa de maturidade, escolheu “como confidente”, Nossa Senhora do Bom conselho; como padroeira do primeiro asilo, Nossa Senhora do Consolo; e como padroeira de toda a sua obra, a Mulher dolorosa da Paixão, Nossa Senhora do Perpetuo Socorro.
Por fim, Antonia descobriu uma maneira pessoal de ver Maria, maneira que os escritores marianos e a espiritualidade mal destacaram; isso se explica por tratar-se de uma imagem menos “doce” do que a habitual, bem como menos conformista: Maria que acolhe Madalena “como amiga e companheira”.
Tampouco no grupo de seguidores de Jesus se confiou muito nessa mulher a quem Jesus concedeu especial protagonismo.
A comunidade oblata reúne-se em torno de Maria como a primeira comunidade fiel. É ela quem mais sabe do Espírito, a quem melhor escuta, acolhe, a que confiou em Deus em meio à obscuridade, a que fez de sua vida um sim às bem aventuranças, ao coração mais pobre; por isso, ela cantou, com prazer, a misericórdia do Senhor recaindo sobre todos os pobres.
Fonte: Antonia Maria da Misericórdia – Oblação e serviço das mais pobres.
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