Juventude – Projeto de Vida e dinâmica vocacional

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Na fase da juventude, toma forma a construção da própria identidade. Neste momento, marcado pela complexidade, fragmentação e incerteza em relação ao futuro, planejar a vida torna-se cansativo, se não impossível. Nesta situação de crise, o compromisso eclesial é, muitas vezes, orientado para apoiar um bom planejamento. Nos casos mais afortunados e nos quais os jovens estão mais disponíveis, este tipo de pastoral os ajuda a descobrir a própria vocação, que permanece, afinal, uma palavra para poucos eleitos e representa o culminar de um projeto. Mas esse modo de proceder não arrisca reduzir e comprometer toda a verdade do termo “vocação”?
A esse respeito, é muito útil chamar a atenção para o encontro entre Jesus e o jovem rico (Mt 19, 16-22; Mc 10, 17-22; Lc 10, 25-28). Aqui vemos que o Mestre de Nazaré não apoia o projeto de vida do jovem e nem propõe a sua coroação; não aconselha um esforço a mais e nem, realmente, quer preencher uma lacuna do jovem, que também lhe perguntou: «Que me falta ainda?»; pelo menos, ele não quer preenchê-la, confirmando a lógica projetual do jovem. Jesus não preenche um vazio, mas pede ao jovem para esvaziar-se, para dar lugar a uma nova perspetiva orientada no dom de si mesmo por meio de uma nova abordagem da própria vida gerada pelo encontro com aquele que é «o caminho, a verdade e a vida» (cf. Jo 14,6). Dessa forma, por meio de uma verdadeira desorientação, Jesus pede ao jovem uma reconfiguração de sua própria existência. É uma chamada a arriscar, a perder o que já foi adquirido, a confiar. É uma provocação para romper com a mentalidade dos projetos que, se exasperada, leva ao narcisismo e ao fechamento de si mesmo. Jesus convida o jovem a entrar numa lógica de fé, que arrisca a própria vida ao segui-lo, precedida e acompanhada por um olhar intenso de amor: «Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: “Falta-te uma coisa: vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem! Segue-me”» (Mc 10,21).
Fonte: Instrumentum Laboris. 
Os jovens, a fé e o discernimento vocacional – Pág 32.




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Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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