Como esperar o tempo de Deus?

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Seria inatingível, imaginável por nós. Sabemos que existe porque Ele se revelou: tirou o véu que escondia seu mistério divino. Fez isso mediante a natureza, a ciência, a história e por sua Palavra. Ela é a revelação do Verbo, o Deus-humanado. Só falamos com Ele e Dele conforme as categorias antropológicas humanas. O humano vem do “húmus” (terra) e eleva-se ao divino consciente de ser criatura feita à sua imagem e semelhança (Gn 1,27). Vivemos no tempo. O tempo é físico, cronológico, histórico e é momento pessoal ou chance de fazer escolhas. Sendo um prazo de tempo, a vida não se identifica com ele. Passa por ele. Viver só para o mundo é esvaziar o próprio sentido do tempo. Transcendente, Deus quis fazer história conosco ao nos criar e nos redimir do pecado em Cristo. As primeiras palavras de Jesus em Marcos anunciam o tempo de Deus: “Completou-se o tempo. O Reino de Deus está próximo de vós” (Mc 1,15). Inaugurava-se o tempo messiânico a chance de salvação.
Na expectativa de conquistas e prazeres, a nossa vida terrena é um tempo de espera. Nada nos tira do limiar da eternidade. Precisamos viver atentos aos “tempos de Deus”, na alegria, tristeza, nas conquistas e derrotas. Em tudo aguardar o tempo certo com total confiança. Na espera paciente está o acerto das opções e decisões no dia a dia. Rezar e esperar é a sabedoria de “fazer a hora”. Senão, o perigo de abandonar a fé e o desafio real das pessoas. Perguntam: quando Deus vai atender meu pedido? Por que não me ouve? Teria Ele me esquecido? Mas, o que nos parece “demora de Deus” pode ser a sua pedagogia paciente nos ensinando o ‘caminho das pedras’. Quem perscruta os sinais dos tempos põe-se à espera de modo proativo. Não cede à cultura do imediatismo. Não se faz escravo do tempo tecnológico. Não se deixa levar por modismos, conformismos ou comodismos. Vai aprendendo como agir, o que fazer, que decisão tomar.
A cultura ocidental saturada por bytes e pelo marketing do consumismo exacerbado tem pressa em tudo. Entretanto, nem invento tecnológico nem pressão da mídia podem alterar a ordem do tempo e o ritmo da natureza. A fé bíblica ilumina o provérbio: tudo tem seu tempo! Abraão caminhava disposto a sacrificar a vida do filho Isaac em obediência a Deus. O rapaz de nada sabia e perguntou: pai, temos a lenha e o fogo, onde está o cordeiro para o sacrifício? Abraão respondeu: Deus o providenciará, meu filho! (Gn 22,8).
Maria, primeira herdeira da promessa, esperou Jesus  (o verdadeiro Isaac) na gravidez. Enquanto Ele crescia, ela meditava em seu coração esperando o tempo de Deus!
Pe. Antonio Clayton Sant’Ana, C.Ss.R
Fonte: Revista de Aparecida – Abril 2016

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As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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