O sono costuma ser aquele momento do dia em que finalmente damos um descanso aos corpo das atividades exercidas no cotidiano e recuperamos a energia para o dia seguinte. No período de sonos noturno, são liberados hormônios indispensáveis para a maturação, o crescimento e a manutenção da saúde do nosso corpo.
Algumas pessoas, no entanto, mal conseguem dormir, ou despertam com sensação de cansaço ainda maior do que no dia anterior, quando se deitaram. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira do Sono (SBS) em 2009 mostrou que 53,9% dos brasileiros não têm um sonos restaurador e 43% apresentam sinais de cansaço no decorrer do dia, Distúrbios de sonos como esses podem causar desde uma fadiga crônica a problemas sérios de saúde, além de afetar as relações pessoais e profissionais.
Em entrevista à Agência Brasil, Savoldi afirmou que, quando o sono é restaurador, acordamos com vitalidade, energia e motivação. “Quando não dormimos o necessário, despertamos, ao longo de vários dias, cansados em demasia, irritados e com a capacidade produtiva reduzida”. Referência mundial em pesquisa, diagnóstico e tratamento do sono, o Instituto do Sono Listou os distúrbios mais comuns como insônia, apneia, bruxismo e sonambulismo.
A qualidade do sono é tão importante quanto a qualidade da alimentação e está diretamente ligada à qualidade de vida do ser humano. Enquanto dormimos, nosso organismo realiza funções extremamente importantes: fortalecimento do sistema imunológico, secreção e liberação de hormônios, consolidação da memória, entre outras. Porém, a falta de tempo de descanso provocada pelo corrido cotidiano urbano, aliada aos inúmeros distúrbios noturnos que atingem boa parte da população, prejudica o desempenho dessas funções. “Dormia-se 9 horas por noite no começo do século 20. Hoje, este tempo é cada vez menor”, explica o pneumologista, professor da Faculdade de Medicina (FMUSP) e diretor do Laboratório do Sono do Instituto do Coração (InCor), Geraldo Lorenzi-Filho.
O primeiro passo para uma noite bem dormida é respeitar, então, essas 8 horas. Dormir muito mais do que isso não é melhor e pode ser sintoma de algum distúrbio. Continuidade e profundidade do sono, porém, são aspectos essenciais. Segundo o neurologista especialista em medicina do sono e professor da FMUSP Rubens Reimão, “cada estágio do sono tem sua importância fisiológica. Por isso, é fundamental dormir bastante nas fases mais profundas. Isso melhora a qualidade da noite dormida”.
O que dizer então sobre o famoso cochilo após o almoço? Aquele que é inclusive cultural em alguns países – a sesta? Se tirado com regularidade, ele não faz mal, e a pessoa se sente bem, renovada ao acordar. Mas quando acontece esporadicamente, somente se sobra um pouco de tempo, já não é bom. “De uma forma geral, atrapalha o sono durante a noite e mostra que a pessoa está dormindo pouco durante a semana”, explica Reimão.
Texto: Carla Maria Carreiro e João Vitor Oliveira
Fontes: Revista Ave Maria e Revista Espaço Aberto