Reflexão do Evangelho Jo 13,31-33a.34-35

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O estatuto da nova comunidade.
Este texto está situado logo após o relato do lava-pés e do anúncio da traição de Judas. No lava-pés, durante a Ceia, Jesus dá o exemplo do que significa amar. Respeita a liberdade do ser humano, mesmo que isso implique prejuízo da própria vida. Ele a entrega também para o seu traidor. O amor de Jesus não julga, não usa de violência nem condena. O fruto desse seu amor livre e radical consiste
na salvação do mundo. Esse amor, puro dom, deve ser entendido e posto em prática por seus discípulos.
A glória de Deus manifesta-se em Jesus, seu Filho encarnado, que realiza em plenitude o projeto do Pai. O amor infinito de Deus é comunicado a toda a humanidade por meio de Jesus. O advérbio “agora” refere-se aos últimos acontecimentos da vida de Jesus. Paradoxalmente, em sua morte manifesta-se sua glória e a do Pai. Em 12,23-24 Jesus anunciara: “É chegada a hora em que será glorificado o Filho do homem. Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas, se morrer, produzirá muito fruto”. O “agora” (a hora de Jesus) supera o sentido cronológico, para indicar a maneira pela qual Jesus cumpre fielmente a missão a ele confiada pelo Pai. Ambos vivem em total intimidade, ambos são glorificados pela entrega da vida
que Jesus faz, livre e conscientemente, em resgate da vida de todos (vv. 31-32). 
Ao anunciar aos discípulos a sua partida iminente, Jesus enfatiza o que deve caracterizar a vida da comunidade de fé. O amor que ele manifestou, na fidelidade ao Pai, com todas as suas consequências, deve ser a nota distintiva dos seus seguidores. O novo mandamento do amor é a síntese de toda a Lei da Nova Aliança. Constitui o estatuto que fundamenta a comunidade cristã. É importante prestar atenção na partícula “como”. Amar como Jesus amou é viver cotidianamente a atitude de serviço. Lembremo-nos de que esse novo mandamento é formulado no contexto do lava-pés. O amor estende-se também aos inimigos. Mesmo traído por um membro do seu grupo íntimo, Jesus não entra no jogo da vingança, da violência e do ódio. Ele respeita a liberdade alheia e permanece em atitude de amor-serviço. Os discípulos estão convidados a amar como o Mestre.
Fonte:  Revista Vida Pastoral

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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