Cuidar do Planeta, Nossa Casa – Cf 2016

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A Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2016, com o tema: Casa comum, nossa responsabilidade, convida a refletirmos sobre a falta de saneamento básico que afeta milhões de pessoas no mundo todo e é o principal indicador da desigualdade social. Mesmo com grandes avanços tecnológicos, a maioria das pessoas vive em condições precárias, quando não sub-humanas. Enquanto alguns vivem no mundo das necessidades inventadas e supérfluas, do acúmulo e do desperdício,  muitos não tem sequer o necessário para uma vida que se possa chamar de humana.

Quando se fala em saneamento, não estamos nos referindo somente à água e ao esgoto, mas também ao lixo, à drenagem, além da saúde pública e da cidadania. Nesse sentido, é necessário olhar mais amplamente para o modelo de desenvolvimento que não garante o mínimo para as pessoas pobres que viverem com dignidade.

Saneamento, direito de quem?

O acesso à água potável , a um ambiente limpo e livre de doenças é o que garante saúde, qualidade de vida e dignidade a toas as pessoas. No entanto, mesmo com avanços na última década, mais de 40% da população ainda vive sem tratamento seguro e contínuo de água. De acordo com o relator da ONU sobre as questões de saneamento, Leo Heller,  “entre o conjunto da políticas sociais do Brasil, essa é a mais excludente, iníqua e localizada na mais baixa escala de desempenho”.

O saneamento básico é apenas o ponto de partida no processo de construção de um habitat melhor para todos e essencial para garantir a saúde. Morar com dignidade implica estar acessível a uma rede de equipamentos sociais de saúde, educação, lazer, trabalho, que fazem parte integrante de uma qualidade de vida adequada. Parece inacreditável que, com todos os avanços e descobertas que a humanidade já experimentou, ainda tenhamos milhões de pessoas vivendo em condições sub-humanas, sem condições de saneamento, moradia adequada, acesso à água potável  etc. Se o saneamento básico é um direito humano, por que  ele não é universalizado e garantido a todas as pessoas?

Para Raquel Rolnik, relatora da ONU para questões de moradia, “enquanto a água, o esgoto, o lixo forem apenas uma fonte de lucro, jamais os mais pobres e os que têm menos renda vão ter prioridade no atendimento, embora sendo exatamente esses setores que estão precisando de atendimento e não têm”.

Esse é o debate, o desafio e a responsabilidade que emergem da proposta da CFE 2016, como diz o texto-base, nº 29: “Nosso compromisso cristão  está profundamente envolvido com as necessidades básicas de todos os seres humanos, nossos irmãos e nossas irmãs.

Rui Antônio de Souza, da equipe de redação do jornal Mundo Jovem
Fonte: Revista de Aparecida.

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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