O décimo mandamento exige banir a inveja do coração humano, proíbe a ambição desregrada, nascida da paixão imoderada das riquezas e de seu poder. Não é pecado desejar obter as coisas que pertencem aos outros através de uma maneira justa.
A inveja e a tristeza sentida diante do bem de outrem e o desejo imoderado de dele se apropriar é um vício capital (gera outros vícios) e é, segundo Santo Agostinho, “o pecado diabólico por excelência.” Dela vêm o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria à desgraça alheia, e o desprazer com a prosperidade dos outros.
«Quando a Lei nos diz: “Não cobiçarás”, diz-nos, por outras palavras, que afastemos os nossos desejos de tudo o que não nos pertence. Porque a sede da cobiça dos bens alheios é imensa, infindável e insaciável, conforme está escrito: “O avarento nunca se fartará de dinheiro” (Sir 5, 9)»
O Cristão batizado deve combater este pecado da inveja, através da benevolência, a humildade e abandono nas mãos da Providencia divina. Os fiéis de Cristo “crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências” (Gl 5,24); são conduzidos pelo Espírito e seguem seus desejos.
O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino dos Céus. “Bem-aventurados os pobres de coração”. Eis o verdadeiro desejo do homem: “Quero ver a Deus”. A sede de Deus é saciada pela água da Vida Eterna.