Abrindo o mês missionário, gostaríamos de convidar você para refletir conosco este texto.
A inclusão social dos mais empobrecidos, da sociedade atual, deve ser, e é a preocupação de todos os seguidores de Jesus Cristo. Segundo o Evangelho Gaudium do Papa Francisco nº 186, A nossa fé em Cristo, que Se fez pobre e sempre se aproximou dos pobres e marginalizados, e a sua preocupação pelo desenvolvimento integral dos mais abandonados da sociedade, deve fazer o nosso coração arder em chamas até que esta situação de sofrimento dos pobres torne real o sonho de Deus neste mundo.
A realidade que mais grita por socorro, é a questão de milhões de mulheres, homens, jovens e crianças que estão à deriva em alto mar e nas mãos dos contrabandistas de seres humanos em todas as partes do planeta terra. Este clamor dos refugiados vem fazendo ecos em nossos ouvidos e rasgando os nossos corações. Estamos de joelhos implorando ao Espirito Santo de Deus que este clamor também chegue aos olhos, ouvidos e o coração dos presidentes, governadores e prefeitos de todas as nações que têm essa triste realidade.
Com insistência continuamos cantando, como diz Zé Vicente; “Virá o dia em que todos ao levantar a vista veremos nesta terra reinar a liberdade”. A liberdade de ter seu pedaço de terra para plantar e viver com dignidade, a liberdade educar seus filhos numa pátria livre dos grilhões da morte e dos violentos, com liberdade do direito de ir e vir, sem serem barrados em alto mar ou abandonados pelas estradas, como se o ser humano fosse lixo descartável.
Diante desses desafios, Papa Francisco nos convoca no documento citado acima: “Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo. Basta percorrer as Escrituras, para descobrir como o Pai bom quer ouvir o clamor dos pobres: «Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egito, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspectores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de os libertar (…). E agora, vai; Eu te envio…» (Ex 3, 7-8.10). E Ele mostra-Se solícito com as suas necessidades: «Os filhos de Israel clamaram, então, ao Senhor, e o Senhor enviou-lhes um salvador» (Jz 3, 15). Ficar surdo a este clamor, quando somos os instrumentos de Deus para ouvir o pobre, coloca-nos fora da vontade do Pai e do seu projeto, porque esse pobre «clamaria ao Senhor contra ti, e aquilo tornar-se-ia para ti um pecado» (Dt 15, 9). E a falta de solidariedade, nas suas necessidades, influi diretamente sobre a nossa relação com Deus”.
Pois minha irmã, meu irmão, o ser humano nestas condições de não vida, precisa de sua resposta de amor. E vocês doando suas vidas para essa missão de Resgatar e salvar estas pessoas pode fazer a diferença para aqueles e aquelas que estão abandonados e perdidos. Que tem coração solidário e sensível ao dor do outro, não suporta ver tanta exclusão. Como dizia o Bispo Benito Serra; “é doloroso demais presenciar tudo isso sem fazer algo, por esta realidade”.
Não toca o seu coração ao ver essa triste realidade?
O que está fazendo com sua vida?
Texto:Ir Sirley da Silva, OSR
Fonte: Exortação Apostólica, EVANGELII GAUDIUM
do Santo Padre Francisco ao Episcopado, ao Clero, às pessoas Consagradas
e aos fieis leigos sobre o Anúncio do Evangelho no mundo Actual