Nossa condição corpórea nos traz padecimentos. A vida é também padecimentos. E o corpo também sofre quando sofremos na alma, na mente, no coração, no espirito. A dor ressoa em nosso corpo. Corpo de dor e morte. A paixão de Jesus se revive no corpo de todos os sofredores deste nosso mundo.
A Paixão de Jesus é consequência direta de sua fidelidade ao Pai e a todos os seres humanos aos quais anuncia o Reino: a filiação divina: a bênção e a felicidade. Por sermos irmãos, amou-nos até o fim, sem voltar atrás. Jesus assume o padecer que lhe é imposto na liberdade de quem sabe amar, ser fiel e garantir o empenho de libertar os seus. Para que a maldade, a recusa do Amor, a dominação dos donos do poder não prevalecessem. Foi assim que rompeu com o pecado do mundo.
O que nos salva é este Amor sem medida, mesmo custando sangue. Não é por si o derramamento de sangue que salva. Nem o apenas sofrer. Jesus não andava procurando padecer para agradar ao Pai. O que fez foi curar, abençoar, libertar de sofrimentos… buscando a vida em abundância. Assim, nos ensina que na condição humana o sofrimento é passagem obrigatória para quem aprende a Amar. Jesus nos liberta da hostilidade a Deus que se revela amoroso de sua criação inteira. Jesus nos traz o Reino do Pai Celeste.
A Ressurreição de Jesus, e a nossa um dia, aponta-nos esta verdade de fé e esperança: estamos de passagem no planeta Terra. Viver é ponte para. Mas, aqui, já acontece a instauração do Reino de Deus da Vida, pelo Amor. Releia o poema do Eclesiastes 9,7-9.
“-Vai e come teu pão com alegria, e bebe teu vinho com um coração feliz, pois Deus já aprovou tudo quanto fazes. Usa sempre vestes brancas, e não deixes faltar óleo perfumado em tua cabeça. Desfruta a vida com a mulher amada, todos os dias da vida incerta que Deus te concede debaixo do sol, durante os teus dias incertos. Porque esta é tua porção na vida e no trabalho com te afadigas debaixo do sol”.
Pe. Dalton, C. Ss.R.
Fonte: Revista Akikolá