Chegada das Irmãs Oblatas em Angola

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As Irmãs Oblatas  do Santíssimo Redentor chegaram ao continente Africano no ano de 1995, com a influência de Padre Jamba, um Redentorista angolano que conhecia a Congregação. Ele havia feito um convite a Superiora Geral Ir. Maria Luiza Rodrigues, e ao mesmo tempo apresentando o Carisma e missão Oblata para o Cardeal da cidade de Luanda Dom Alexandre do Nascimento, que não hesitou e pediu para que as Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor fossem implantar um trabalho em Angola.  
Angola vivenciava a Guerra Civil. Duas irmãs do Conselho Geral foram conhecer a realidade local e ficaram assustadas com a situação de miséria que vivia o povo, e acabaram voltando desanimadas, achando que não conseguiriam fazer a missão acontecer, mas Padre Jamba reanimou as Irmãs que decidiram abraçar a causa do povo angolano e realizar ação do Amor do Redentor naquele lugar.
Em 5 de abril do mesmo ano, as representantes Oblatas que formariam a primeira comunidade pisaram em continente Africano. As Irmãs Purificação e Pura eram de nacionalidade e residência Espanhola, Ir. Carmen era espanhola, mas morava no Brasil, e Ir. Anastácia de nacionalidade e residência  colombiana. Estas Irmãs, assim que chegaram a Angola, foram para um local, uma espécie de abrigo onde se concentravam todos os missionários e missionárias de outros países. Neste espaço permaneceram por seis meses, pois como chegavam muitos, as Irmãs passaram a morar com as Irmãs mensageiras do Amor Divino, enquanto organizavam a residência e permanecia no país. Depois de um tempo, conseguiram comprar uma casa onde seria a primeira comunidade, e esta foi adquirida no bairro Azul, praticamente no centro da Cidade e a partir daí, foi inaugurada a Comunidade de Luanda.
Passado o tempo de adaptação e instalação da comunidade e projeto, no ano de 1999 houve a saída das Irmãs Carmen e Anastácia e o convite para que Irmã Idolina Poleze de nacionalidade e residência brasileira fizesse parte da comunidade. Em 26 de setembro de 1999, ela inicia sua experiência como missionária Oblata em angola e nos conta um pouco de sua experiência:
 “Quando cheguei a Luanda, Angola ainda estava em plena guerra civil. Quando firmei residência lá, fui conhecer a realidade local e iniciei as visitas nos campos de refugiados e mutilados da guerra. Visitava também as jovens prostituídas, que dentro do contexto daquele momento, muitas delas procuravam a prostituição como meio de sobrevivência, viviam em tendas de lona e dormiam no chão, às vezes só com um pano, era uma situação desumana, pobreza e miséria total.

No ano 2000 abrimos uma nova comunidade em outra província chamada Benguela, município de Lobito, uma cidade portuária, aonde chegam os barcos e navios cargueiros vindos de outros países com alimentos e mantimentos para abastecer os mercados. Nesta cidade existe um grande número de prostituição e muitas destas mulheres que vivem da prostituição tem filhos com os estrangeiros.  
Minha experiência durou 12 anos e foi muito rica, o povo é muito acolhedor e muito bom, apesar de toda a miséria é um povo alegre, muito confiante em Deus. Mesmo estando agora no Brasil continuo amando aquele povo e mantendo contato.”


Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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