Comentário da Segunda leitura (08/03/2013)
Na segunda leitura mergulhamos num conceito às vezes estranho para a maioria de nós: é na fraqueza que se manifesta a força de Deus. Contrariamente às nossas percepções que nos levam a pensar sempre em vitória e sucesso, o projeto de Deus se insere na realidade, marcando na contradição entre o projeto divino e o projeto humano. O relato do êxodo já nos indicava essa percepção. Desde o reverso da história, Deus faz uma opção diaconal pelos escravos, os mais fracos, e deu as costas ao faraó e seu sistema imperial – o mais forte. Com base na fraqueza, Deus construiu uma história de liberdade e de vida fraterna.
Paulo, escrevendo aos coríntios, descreve a complexidade da mensagem de Jesus aos olhos de alguns grupos: seria uma impostura para os judeus e loucura para os gregos. Anunciar um Messias crucificado seria um desproposito! Afinal, a cruz não seria a negação da própria vocação do Messias? A cruz de Cristo pode, sim, parecer loucura e sinal inevitável de fraqueza. Todavia, Deus transformou a cruz em sabedoria e caminho de salvação. Na teologia paulina, cresceu substancialmente a compreensão e convicção de que Deus escolheu preferencialmente os mais pobres.
Texto: Luiz Alexandre Solano Rossi
Revista Vida Pastoral – Março – Abril de 2015
– ano 56 – número 302.