Nesta caminhada vocacional, vemos que descobrir o chamado de Deus, ouvir a sua voz, aceitar o seu convite, é muito importante, mas temos que lembrar que a nossa resposta positiva nos leva a buscar uma vida santa e feliz. Quem se descobre amado por Deus e também o ama, torna-se a pessoa mais feliz do mundo e está caminhando rumo à santidade.
Toda igreja é chamada a ser santa e por isso não podemos esquecer que a Missão fundamental como filhas e filhos de Deus é evangelizar. Não existe outro caminho para a santidade a não ser o da evangelização, de ir ao encontro dos abandonados, excluídos, explorados, marginalizados e pobres. Diante disso temos que ser presença de vida e salvação, ir ao encontro do outro e ver nele o rosto de Deus.
Viver a santidade não é engrandecimento, muito menos privilégio. Ser santo é uma Missão de grande responsabilidade confiada pelo Senhor a cada um de nós, porque “há quem muito foi dado, disse Jesus, muito será cobrado”. E muitos jovens se perguntam como ser santo? Como ir ao encontro dos necessitados hoje em dia?
Existem vários caminhos para chegarmos à santidade. O modo de vivê-la será escolha pessoal de cada um. Na igreja temos muitas vocações e para descobri-la é importante fazer um discernimento, aonde com estudo e oração, vamos criando um caminho de santidade com a ajuda de Deus.
A santidade vivida no dia a dia.
O Concílio Vaticano II afirmou que a santidade é vivida no dia a dia, no cotidiano, na simplicidade das atividades, a partir da escolha que cada um faz.
a) A santidade dos leigos: as pessoas leigas, casadas ou não vivem a santidade quando, no exercício de suas atividades, procuram viver em tudo os valores do Evangelho. Assim, um pai, um esposo, santifica-se quando, a partir da Palavra de Deus, vive como um bom pai, um bom esposo, um bom trabalhador, um bom cidadão. Uma mulher santifica-se sendo ela uma boa esposa, uma boa mãe, uma boa profissional, uma pessoa do bem. E, assim, todos os leigos e leigas, vivendo a partir de Cristo o seu dia a dia, santificam-se. Não precisam viver como um padre ou uma religiosa para serem santos. Estão tão próximos de Deus quanto os demais. O leigo se santifica na medida em que assume com seriedade e honestidade as realidades bem características dessa vocação específica: família, trabalho, matrimônio, política, participação direta nos movimentos populares etc. Não precisam fugir do mundo para serem santos. Precisam transformar esse mundo a partir do Evangelho, para serem santos.
b) A santidade dos consagrados: As consagradas e consagrados (religiosas, religiosos, pessoas de institutos de vida…) vivem a radicalização do batismo, na qual a pessoa escolhe Deus como o único e absoluto de sua vida, consagrando-se no serviço do Reino através da espiritualidade e carisma próprio, renunciando ao matrimônio e aos bens materiais.
A consagração Religiosa é a entrega total de si que a pessoa faz a Deus e seu reino, através dos votos de obediência, pobreza e castidade. Vivem em comunidade dedicando toda sua vida e energia ao serviço livre e gratuito a todas as pessoas e em especial aos mais pobres. A consagrada é alguém que vive a proposta do Evangelho, e atua ativamente na sociedade, dando testemunho do reino de Deus, mantendo viva a esperança da vida plena, anunciando e denunciando as injustiças e incentivando as pessoas a viverem de forma alegre sua consagração batismal. E a partir desta experiência de vida, são sinais todos que é preciso e possível ser santo.
c) A santidade dos ministros ordenados: diáconos, padres e bispo, seguindo o exemplo de Cristo Bom Pastor, santificam-se à medida que vivem mergulhados numa comunidade, animando-a e zelando para que nenhum dos que participam desta se perca. À frente de uma comunidade, o ministro ordenado, como fez Cristo, ouve, reza e ensina a Palavra de Deus e, pela celebração da Eucaristia, nutre o povo com o Cristo Pão- Palavra. Um diácono santo, um padre santo, um bispo santo, exercem no dia a dia a caridade cristã, entendida como compaixão e misericórdia. Padres e bispos, renunciam a uma família e assumem para si a comunidade como a sua grande família e é para ela quem vivem.
Quem quiser ser santo, pois precisa assumir para si essa missão: evangelizar. Uma criança é santa quando evangeliza; um adolescente é santo quando evangeliza; um jovem é santo quando evangeliza; um adulto é santo quando evangeliza.
Textos adaptados dos livros:
“Ide e fazei discípulos meus!” – Edson Adolfo Deretti, Paulinas 2010
Vocação e Vocações Redentoristas 0- Congregação Santíssimo Redentor,Editora Santuário 2014