O Chamado de Deus não é privilégio, nem imposição ou destino, mas uma escolha de Deus e uma decisão humana. Dirigido ao mais profundo do coração humano. Somos seres delegantes, movidos por uma enorme sede do infinito, de algo que nos supera, que vai além de nós.
A Maneira de Jesus chamar as pessoas é simples e bem variada. As vezes , é o próprio Jesus que toma a iniciativa . Ele passa, olha e chama (Mc 1,16-20). Outras vezes , são os discípulos que convidam parentes e amigos. Outras vezes é a própria pessoa que se apresenta e pede para poder segui-lo.(Lc 9,57…) A maior parte dos que são chamados já conhece a Jesus. Eles já tiveram alguma convivência com ele. Tiveram a oportunidade de vê-lo ajudar as pessoas ou de escutá-lo na sinagoga da comunidade (Jo 1,39). Sabem como Jesus vive e o que ele pensa.
O chamado é gratuito; não custa. Mas acolher a vocação exige decisão e compromisso. Jesus não esconde as exigências. O chamado ao discipulado é cercado de termos contundentes, de propostas escandalosas: “Negue-se a si mesmo”, tome a sua cruz, abandone seu pai e sua mãe”. Quem quer segui-lo deve saber o que está fazendo: deve mudar de vida e crer na Boa Nova (mc 1,15); deve estar disposto a abandonar tudo e assumir com ele uma vida pobre e itinerante.
Quem não estiver disposto a fazer tudo isso “não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33). O peso, porém, não está na renúncia, mas sim no amor que dá sentido à renúncia (Jo 21,15-17). É por amor a Jesus e ao Evangelho que o discípulo ou a discípula renuncia a si mesmo e carrega a sua cruz, todos os dias, para segui-lo (Mt 10,37-39). Quem se deixa seduzir por esta proposta é somente quem entende o propósito do Reino. Reino, onde seu Rei é antes de tudo um servo, portanto um reino de serviço e de servidores.
O chamado de Jesus é como um novo começo! É como nascer de novo (JO 3,3-8), é transformador. Quem aceita o chamado deve seguir em frente e não olhar para trás (Lc 9,62). O chamado é um tesouro escondido, uma pedra preciosa. Por causa dele, a pessoa abandona tudo, segue Jesus (Mt 13,44-46) e entra na nova família, na nova comunidade e em uma nova dinâmica de vida.
(* Trechos do Livro Vai! Estou contigo! – Carlos Mersters.)
O Homem de Nazaré continua a interpelar muitos corações.
E hoje olha para você e te convida,
“Segue-me!” (Mt 4,18).