“Retornei de Salvador com as bagagens mais cheias.
Trouxe experiências riquíssimas de crescimento vocacional, espiritual, humano…
Muitas vezes me questionei sobre o sentido que estava dando para aquilo que estava fazendo e vivendo.
Tive vontade de ir embora…tive vontade de ficar…
Enfim os movimentos internos eram muitos e muito questionador.
As perguntas eram muitas e deixei-as me questionar.
Fui percebendo que era assim mesmo e colocava todos estes movimentos nas mãos
do Senhor .
Fui me dando conta que cada vez surgiam mais perguntas, mas que na presença de Deus elas se calavam, pois Ele e Nele era e estava a resposta.
Pousava sobre meu corpo a Tristeza após a visita na ladeira da montanha em salvador.
Pousava sobre meu corpo a Tristeza após a visita na ladeira da montanha em salvador.
Tristeza de ver aquela realidade tão pobre, carente, sofrida e necessitada de um olhar
de misericórdia, aquele que carregava Antonia e o qual somos convidadas a continuar carregando hoje.
Doía meu coração perceber após da partilha das mulheres que hoje em dia as pedras continuam sendo jogadas. Em todos os sentidos: na discriminação e preconceito, na pobreza, nas culpas que carregam, mas principalmente na sua forma mais tradicional.
Uma mulher da estrada da praia ainda guardava a última que havia sido arremessada.
muitas vezes também me questionei sobre como Serra e Antonia agiriam neste momento
de nossa historia e de como eu posso agir no mesmo.
Surgia também em meu ser a Alegria de estar no projeto junto com as mulheres partilhando vida, experiências, sonhos… E lá perceber o quanto cada uma de nossas irmãs hoje idosas se fazem tão presentes em nossos projetos.
Pude realmente perceber, como relata Fernanda Priscilla em um de seus poemas: “uma herança que nos foi deixada”.
É realmente um tesouro que só sabem apreciar aqueles que se aperfeiçoam na arte de amar.
Foi muito interessante também a vivência que tivemos em comunidade onde cada uma com seu jeito particular, contribuíam e faziam toda diferença.
Mulheres alegres, mulheres testemunhas de que um novo mundo é possível e de que a libertação precisa acontecer.”
Luiza Pralon