Pastoral da Mulher de BH recebe visita de Jovens que vão participar da JMJ

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Um grupo de jovens de diferentes países do mundo que estão participando da Semana Missionária (Pré-Jornada) em Belo Horizonte, visitou a Pastoral da Mulher para saber do nosso trabalho e conhecer as experiências das mulheres acompanhadas pela nossa Entidade.
Na tarde do dia 17 a Pastoral da Mulher de Belo Horizonte recebeu com grande alegria um grupo de 16 jovens da França, da Guatemala e de outros países latino-americanos que estão participando da Semana Missionária (Pré-Jornada) em preparação a JMJ 2013 que acontecerá em Rio de Janeiro a próxima semana.
Acompanhados por três padres jesuítas, os jovens conheceram o trabalho e a experiência das mulheres acompanhadas pela nossa Entidade, onde puderam conversar, partilhar sonhos e opiniões. Em entrevista, o coordenador da Pastoral José Manuel Lázaro Uriol relata como foi este momento.


Como o projeto foi escolhido para receber a visita?

José: Pelo grande interesse manifestado pelos padres jesuítas que organizam o MAGIS (que é uma experiência espiritual, cultural, pastoral, social e missionária de jovens que cultivam a espiritualidade inaciana, organizada pela Companhia de Jesus e realizada nos dias que antecedem às Jornadas Mundiais da Juventude). Um dos padres, o P. Claudio Barriga s.j,  que estava com o grupo, foi voluntario da Pastoral da Mulher no final dos anos 90 em BH, quando estudava teologia.
Também escolheram a Pastoral da Mulher porque, segundo manifestaram, para eles é um Projeto único. Em poucos lugares existe um Projeto Social vinculado à Igreja que trabalhe pela promoção humana e social de mulheres em situação de prostituição. Entendem que esta visita é uma maneira de conscientizar os jovens para uma realidade invisibilizada pela sociedade e de mostrar uma ação eclesial em um âmbito desafiante para a evangelização.
Como foi a experiência de receber jovens brasileiros e de outros países no projeto?
José: Foi ótimo, estávamos (tanto a equipe quanto as mulheres) com grande expectativa desde que comunicaram a visita.
Foi um dialogo aberto e sincero sobre como os jovens percebiam e entendiam a realidade das mulheres da prostituição, a partir da fala delas próprias  sobre sua a situação, não apenas as tristezas e problemas, mas também de suas alegrias e esperanças.
Os jovens ficaram impactados, agradecendo muito esse momento que lhes fez olhar de outro modo esta realidade. Quando um jovem da França perguntava “Como eu deveria olhar uma prostituta no caso de encontrar uma pela rua?” obteve uma resposta esclarecedora de uma das mulheres… “o fato de se fazer essa pergunta já pode indicar  um preconceito inconsciente…não se deve olhar a uma prostituta de modo diferente a como se olharia para qualquer outro ser humano”. O reconhecimento da própria dignidade foi um tema importante no nosso Encontro.  No final do evento, as mulheres expressaram sua felicidade por esta experiência e poder ter participado um pouco da JMJ, dialogando e orando  com pessoas de outros países.
Um momento muito emotivo foi uma pequena celebração para terminar , onde os jovens e as mulheres, depois de partilhar experiências de vida, sonhos e expectativas, finalizaram com uma bela oração e uma benção. Por último compartilhamos um delicioso  lanche preparado com muito carinho pela equipe da Pastoral.
  
O Brasil respira a JMJ e vocês tiveram a oportunidade de viverem um pouco deste momento com esta visita, o que fica de importante para o Projeto, para as mulheres com esse acontecimento?
José: A visita ajudou a nos sentir participar e a acompanhar com mais coração e vontade a JMJ desde aqui. Em BH, nestes dias, estamos participando nas ações da Semana missionária (Pré-Jornada) na Arquidiocese e orando pelos peregrinos e pelo Papa Francisco .
Para o Projeto fica a vivência de saber que estamos unidos em comunhão com outros irmãos e irmãs de todo o mundo, e com a própria Igreja que conhece os problemas e anseios das mulheres “de batalha”… Criou-se um clima sincero de comunhão, de partilha, de sentir-se parte de algo maior.
Para as mulheres significou um sentimento de alegria, de sentir-se reconhecidas, valorizadas. Sentimento de que a JMJ não é algo só para os jovens, mas algo do qual elas, de algum modo, também fazem parte. Sentimento de gozo de reencontrar o Padre Claudio, e de conhecer novos amigos/as.
Foi incrível!  E ninguém imaginava previamente que seria tão bom. Foi uma surpresa.

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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