O amor de Mãe

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Festejamos neste 10 de maio o Dia das Mães. O amor de mãe é especial por que não é um amor romântico, sentimental, eufórico. Trata-se, antes de tudo, um amor que gera a vida, acolhedor, fecundo, marcado pela doação de si  e o acolhimento do outro. é altruísta, voltado para o bem dos outros, um amor de benevolência. O amor de mãe se caracteriza pela presença, não suporta distâncias. é unitivo, não suporta divisões. é amor-perdão, não suporta brigas, intrigas, discórdias. A mãe saber ser misericordiosa e mestra. Ama com o coração e com a razão, com carinho e com responsabilidade.
A mãe ama com amor incondicional, isto é, mesmo quem não é bom é amado. A mãe não deixa de amar o filho errado, rebelde, ingrato. Assim é o amor de Deus: ama sem ser amado, ama mesmo quando é rejeitado. Amor de mãe é feito de compreensão, compaixão, e exigência. Seu amor cativa por ser “amor-ternura” e “amor-exigência”, um amor corajoso, até o sacrifício de si.
O amor materno é exigente, sabe corrigir, orientar e dizer “não”, Por isso mesmo é verdadeiro. A mãe ama o filho errado, mas discorda de seus erros. O amor de mãe é oceânico, porque é também amor conjugal, amor ao próximo e amor a Deus. Nossas mães são monumentos de amor. Elas dedicam tempo, atenção e carinho ao esposo, aos filhos, aos pobres e ainda amam a comunidade eclesial ou outras instituições como a escola, o hospital, as associações de caridade etc. O amor de mãe é universal, aberto a todos, sem exclusões.
A mãe ama com amor de amizade e de doação, oblação, generosidade (ágape). Portanto, é um amor completo, amadurecido, gratuito. Nem todas as mães alcançaram esse nível, mas o que importa é que mãe e amor são sinônimos. Como são admiráveis as mães. Quem tem coração de mãe certamente terá um coração fraterno, sensível e bondoso. Muitas palavras derivam do amor materno. “Metrópole” quer dizer mãe maior, amor materno, amor principal ou primeiro amor. Assim também a palavra “matriz” significa mãe. “Maternidade” é a cada da mãe, da vida. Por isso mesmo amamos a mãe terra, a mãe Igreja para vivermos em espírito de família e concórdia. “Madre” significa a mãe de uma comunidade. Não é errado dizer que Deus tem um coração de mãe.
Misericórdia é o amor de útero, amor de entranhas, amor visceral, amor materno. Deus é misericórdia e por isso ama primeiro, ama sem limites, ama incondicionalmente, ama sem cansar. Amor misericordioso é um amor de mãe. Assim, amor de mãe é um sinal, um sacramento, uma visibilidade do amor de Deus. Lembramo-nos sempre daquela mãe que ia todas as semanas à prisão, para visitar um detento. O padre perguntou-lhe: “Este detento que a senhora visita todas as semanas é seu filho?”. Ela respondeu: “Não, padre, ele é o assassino do meu filho que adotei como filho e venho sempre visitá-lo”; Eis o amor de mãe.
O amor de mãe, além de altruísta, é atencioso e cuidadoso. Repreende mas não maltrata, acredita na melhora do filho e das pessoas, saúda e cumprimenta as pessoas, sabe ceder e silenciar, trata a todos com igualdade e sofre com os que sofrem, alegra-se  com os que se alegram. É um  amor simples e nobre, fiel e compreensivo, protetor e desafiador, encorajador e admoestador, que permanece mesmo quando não é correspondido. O amor de mãe nos ensina a ser fraterno a ter uma abertura filial com Deus.
No dia 13 de maio, festejamos Nossa Senhora de Fátima, ela que é a mãe da paz, mãe que aconselha a oração, mudança de vida, a reparação dos pecados e a consagração a Deus. A mão terna de Maria desviou aquela bala mortífera que poderia ter matado o Papa João Paulo II, no dia 13 de maio de 1981. Ele mesmo levou a Fátima aquele projétil e o colocou na coroa de Nossa Senhora. Ter Maria por mãe é uma grande graça.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina, PR
Fonte: Revista Mensageiro do Coração de Jesus – Maio 2014.

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As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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