Pesquisa alerta para o crescimento da Aids entre os jovens brasileiros

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O número de casos novos de Aids está diminuindo no mundo, mas no Brasil preocupa o crescimento da doença entre os jovens. É o que mostra o relatório anual da Unaids, programa das Nações Unidas sobre HIV.

“O número de adolescentes que têm buscado a ONG para pedir ajuda tem crescido significativamente. O que eu percebo é que essa nova geração de portadores perdeu o medo da Aids”, afirma Cristiano Ramos, que tem o vírus HIV e é presidente da ONG Amigos da Vida, para soropositivos.
Cristiano vê na prática o que os números do relatório do Unaids mostram: a cada três pessoas infectadas em todo o mundo, uma tem entre 15 e 24 anos. No Brasil, a preocupação é com os garotos de 15 a 19 anos. O número de casos, nessa faixa etária, aumentou 53% de 2004 a 2013.
“A Aids não discrimina. A Aids não tem cara. Realmente, nós temos que falar para o jovem em geral”, alerta Georgiana Braga, diretora Unaids Brasil.
Apesar do crescimento da doença entre os jovens, o relatório tem dados positivos. De 2000 a 2014, o número de infecções no mundo caiu 35% e passou de 3,1 milhões para 2 milhões no ano passado. O número de mortes também caiu 41% nesses 15 anos.
A meta agora é permitir que a maior parte das pessoas tenha acesso aos exames e ao tratamento que diminui a carga viral. Hoje, a estimativa é que 36,9 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com o vírus HIV, mas só metade delas, 54% sabem. Daí a importância de fazer o exame o quanto antes e começar a tomar os remédios.
Regina Cohen, psicóloga e coordenadora do programa Cidadãs Positivas, demorou para saber que era soropositiva. Quando fez o exame, descobriu que estava contaminada há 10 anos. “Se tivesse tido uma descoberta bem mais cedo, eu teria tido mais chance. Eu quase fui a óbito. Isso é muito grave”, revela.
No Brasil, a estimativa é que 734 mil pessoas estejam contaminadas. Desde 1996, todos os remédios contra a doença são de graça e o governo aumentou a distribuição. Antes, recebia o remédio somente quem desenvolvia a Aids ou tinha carga viral muito alta, mas desde 2013 todos os soropositivos tomam o antiretroviral.
O tratamento no Brasil virou referência. “Nós já temos 61% das pessoas, é uma média bem acima da média global, que é de 41%. Mas tem um grande esforço para que a gente chegue nesses 90% até antes de 2020″, explica Fábio Mesquita, diretor do departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde.
Imagem: Google

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As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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