Chamados a ser livres para amar

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É do amor de Deus, difundido em nossos corações, por meio do Espírito, que a comunidade religiosa se origina e por ele se constrói como uma verdadeira família reunida em nome do Senhor.” (A vida Fraterna em Comunidade I, 8).
A liberdade e o amor são duas palavras fundamentais quando falamos sobre vocação. Toda vocação nasce de uma relação, de um chamado e de uma missão. Não existe nenhuma vocação que não contenha em si esta experiência de encontro e entrelaçamento entre o querer amoroso de Deus e o vocacionado. Se toda vocação nasce a partir da iniciativa divina, o vocacionado é chamado a reproduzir no mundo os mesmos gestos de amor, misericórdia, acolhida, fraternidade, justiça e paz do próprio Deus. A vocação do profeta Jeremias deixa bem clara a ação de Deus como anterior a qualquer iniciativa humana e como base fundamental que possibilita ao discípulo a experiência do amor gratuito e livre.
O chamado de Deus a toda pessoa humana é pleno de liberdade e de amor, de modo que, a vocação está imersa na capacidade de reconhecer-se através de gestos concretos de doação de si. Assim, todo vocacionado é chamado a perceber que sua verdadeira identidade encontra-se na disposição corajosa de sua vida e na capacidade de entregá-la por causa do Reino de Deus. Sair de si mesmo constitui um trabalho fundamental para quem deseja seguir a Cristo e ser seu discípulo.
O convite de Jesus é um apelo à experiência da fé. Nesta dinâmica, a vocação cristã é “deixar-se a si mesmo, sair da comodidade e rigidez do próprio eu para centrar a nossa vida em Jesus Cristo; abandonar como Abraão a própria terra, pondo-se confiadamente a caminho, sabendo que Deus indicará a estrada para a nova terra” (Mensagem do Papa Francisco pelo Dia Mundial de Oração pelas Vocações).
A confiança discipular conduz cada vocacionado a ir além de si mesmo e assumir no mundo uma vocação específica, seja ela para a vida matrimonial, sacerdotal, religiosa, leiga e missionária. Em toda vocação, a felicidade encontra-se no fazer-se servo, irmão e próximo de cada pessoa e de todas as coisas criadas. 
Deste modo, a vocação de um modo geral passa pelo exercício de ser no mundo,  testemunha de Jesus Cristo como servo/a de toda criatura através da oração, do serviço aos mais necessitados, da fraternidade e do anuncio da paz e do bem em todos os lugares do mundo. 
Texto com adaptações.
Frei Willian Gomes Mendonça OFMCONV. 
Jornal Testemunho de fé 2015

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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