Ser missionário, encontrar o próximo.

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Certa vez, um amigo estava partilhando as viagens que fez durante suas férias. Essa pessoa pôde viajar bastante e conhecer muitos lugares bonitos. Pelas fotos que tirou durante o passeio, ele narrou as experiências que fez ao estar em tantos lugares incríveis, como vilarejos, hotéis, praias, mar… Outra vez, durante um encontro de família, um parente partilhou uma grande e bela viagem realizada a outro país. Também por fotos, essa pessoa mostrou tantos lugares famosos em que esteve, diversos momentos de lazer que aproveitou e tantas experiências privilegiadas.
Uma coisa que chama a atenção quando pessoas, como esse amigo e esse parente, narram e partilham as viagens que fizeram são as fotos de lugares, sempre muito bonitos, Esses viajantes exibem fotos de pontos turísticos famosos. Em uma viagem turística, há sempre muitas fotos e muitos vídeos feitos com as próprias câmeras, cartões postais e muitas lembrancinhas para dar de presente. Essas pessoas partilham o fato de conhecer cidades, construções, pontos turísticos, belezas naturais…
No entanto, algo a ser questionado é a experiência que o turista pode ter com as pessoas que vivem em determinado lugar. Quando se faz uma viagem, busca-se conhecer os lugares ou as pessoas? Daí é possível fazer uma grande distinção entre o turista e o missionário. Um turista faz uma longa viagem para conhecer uma cidade, a história de um lugar, apreciar a cultura, o artesanato e a culinária de uma região. Já o missionário tem necessidade de alcançar um conhecimento mais profundo. Ele sai de sua casa e vai a outros lugares para encontrar as pessoas, para fazer  uma experiência do Cristo no contato com o próximo.
Essa é uma imensa diferença! Não quer dizer que é errado ou ruim passear, fazer turismo, conhecer lugares diferentes. O que se quer ressaltar é a diferença entre o turista e o missionário. Os dois saem de suas casas e se colocam  em viagem. No entanto, eles têm objetivos muito diferentes um do outro. O turista viaja para conhecer um novo lugar ou para descansar. Já o missionário se coloca em viagem para fazer, sobretudo, uma experiência de Deus.
Um missionário do Senhor, seja na própria terra ou em qualquer outro lugar, não se contenta em conhecer somente os prédios, os monumentos ou as belezas naturais. O missionário, porém, tem a necessidade de encontrar as pessoas. Por meio da convivência fraterna em uma nova comunidade, podemos descobrir novas culturas e aprender sua maneira de viver. Uma pessoa que tem no coração a inquietação de levar a Boa-Nova somente realiza sua missão mediante uma profunda experiência de amor e de serviço ao próximo.
Essa experiência tão intensa de encontro com o outro produz frutos que vão muito além de fotografias e filmagens. São experiências intensas que marcam fortemente o coração do missionário. Trata-se da experiência do encontro com Cristo na pessoa do outro, da descoberta de uma nova cultura pelo amor ao próximo. Esses frutos permanecem na memória e especialmente no coração.
Texto: Davi Mendes Caixeta, SJ
Fonte: Revista Mensageiro do Coração de Jesus – 05/2015.

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Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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