Amadurecimento da fé e dom do discernimento

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A fé é antes de tudo um dom a ser acolhido e seu amadurecimento é um caminho a ser percorrido. Certamente, porém, acima de tudo isso, vale reafirmar que «ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo» (DC 1; EG 7). 
A partir deste encontro toma forma uma experiência que transforma a existência, orientando-a de forma dialógica e responsável. Ao crescer, todo jovem percebe que a vida é maior do que si mesmo, que ele não controla tudo de sua existência; toma consciência de que é o que é graças ao cuidado que outros, em primeira instância os seus pais, reservaram-lhe; ele convence-se de que, para viver bem, a sua história deve tornar-se responsável pelos outros, repropondo esses comportamentos de cuidado e serviço que o fizeram crescer. Acima de tudo, ele é chamado a pedir o dom do discernimento, que não é uma competência que pode ser construída por conta própria, mas antes de tudo trata-se de um dom a ser recebido, que depois requer um exercício prudente e sábio para desenvolvê-lo. E um jovem que recebeu e sabe como fazer frutificar o dom do discernimento é uma fonte de bênção para outros jovens e para o povo inteiro.
O jovem rei Salomão, quando é convidado para pedir a Deus o que deseja em vista de seu papel decisivo, pede «um coração entendido» (1 Rs 3,9). E a apreciação de Deus não nos faz esperar: «Porquanto pediste para ti entendimento para discernires o que é justo; eis que fiz segundo as tuas palavras» (1 Rs 3,11-12).
De facto, todo jovem é, de algum modo, “rei” de sua própria existência, mas precisa ser ajudado para que possa pedir o discernimento e ser acompanhado para que alcance a plenitude no dom de si. Instrutiva, a propósito, é também a história da jovem rainha Ester que, acompanhada e sustentada pela oração do povo (cf. Est 4,16), renuncia a seus privilégios e coloca em risco com coragem a própria existência para a salvação da sua gente, demonstrando até que ponto a audácia juvenil e a dedicação feminina podem chegar.
Fonte: Instrumentum Laboris. 
Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. Pág 31.
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Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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