A Espiritualidade tem sido uma das fontes mais buscadas neste período de pandemia.As pessoas necessitam encontrar algo que lhes dê força, resistência e esperança e é na fé que estão encontrando.
Ir. Ana Paula Assis, Oblata do Santíssimo Redentor, comenta sobre o assunto:
O vírus tem muito a nos ensinar, como dizia Papa Francisco em uma de suas falas “estamos todos no mesmo barco”. O medo, as incertezas do presente nos desconcertam e nos conecta a possibilidade de sermos UM com toda essa grande Casa Comum.
Este período está nos trazendo à possibilidade de conectar-nos conosco mesmo, sem que isso se torne um peso. Vejo espiritualidade nessa oportunidade de olhar para si e se enxergar. Estávamos tão acostumados a não ter tempo que ter tempo agora é um problema e não sabemos exatamente o que fazer com ele. Que tal se permitir ter tempo para saborear sua própria companhia? Gostar de estar com você mesmo sendo seu melhor parceiro?
É próprio da espiritualidade esse movimento que te conecta consigo mesmo e depois de coloca em conexão com o outro, para isto você não precisa estar em templos específicos de paredes, nem tão pouco estar vinculada a denominações religiosas. O maior templo da espiritualidade é o ser humano, o seu corpo.
Viver uma espiritualidade integrada nos leva a manter atitudes de liberdade, solidariedade, abertura ao diferente e mais empatia na construção da equidade. Diz o lema da Campanha da Fraternidade desse Ano: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”. Uma espiritualidade integradora faz conosco esse exercício, independente do credo religioso. A correria do dia a dia permite que nosso olhar muitas das vezes se acostume à dor, o sofrimento e a ausência de políticas publica que respondam verdadeiramente a um processo de emancipação dos pequenos e excluídos.
Por mais que a Espiritualidade seja um meio para vivermos com esperança esse momento, não podemos afirmar se seremos pessoas melhores ao fim dessa Pandemia, pois a práxis do que vivemos durante a pandemia do que aprendemos nesse período será externada quando tudo isso passar.
É certo que a Espiritualidade está sendo nosso fio condutor e nos apresentará novas possibilidades, se assim desejarmos. Estamos apenas no começo do caminho, existem tantas feridas para se curar, tanta a vida a ser promovida e muitos encontros para realizar.
Quando tudo isto passar, saberemos e entenderemos se fizemos o que havia de ser feito. Até lá sigamos com compaixão nosso caminho. Vivamos com empatia nosso isolamento social e ainda que distante enxerguemos nosso irmão e cuidemos da Vida.
Ir. Ana Paula Assis, Oblata do Santíssimo Redentor