Quero ser como Maria – por Luiza Pralon

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Junto de mim está Maria

Dentro de mim mora Maria 
e o desejo de ser Maria.
Ser Maria discípula, irmã, 
mãe e acima de tudo quero ser Maria Mulher que contém uma história.

Quero ser Maria que caminha 

com Cristo, e com Ele aprende
 como anunciar o Reino de Deus.
Quero ser Maria que denuncia,
 pois a injustiça com o outro não 
me pode ser indiferente.


Quero também ser Maria
 que luta pelos seus ideais, mesmo numa época em que mulheres não têm vez nem voz.

Quero ser Maria que ama 
e que acima de tudo é amor
Quero ser Maria para estar junto
 com outras marias, que até hoje 
só conheceram o que é a dor.

Em fim, quero ser Maria, mas a que ninguém quer ser, quero estar com Marias, mas com as que ninguém quer estar.

Quero lutar pelas Marias esquecidas dentro de mim e também as esquecidas pela sociedade.

Estas que são Marias que não se acham dignas de ser Maria, pois a Maria do povo,
 a Maria de Nazaré foi transformada em Maria do altar.


Desejo que me permitam sair dos altares, pois meu altar já não é mais aqui.
Permitam-me sair do centro, pois o meu centro
 já não esta mais aqui e sim em outros centros.

Não quero mais ser a AVE Maria, mas Maria AVE livre para sair do altar e voar pousando de altar em altar e ali adorar o Deus vivo, usado, machucado e excluído presente dentro de muitas Marias existentes.

Luiza Pralon – Noviça Oblata

Conteúdos do blog

As publicações deste blog trazem conteúdos institucionais do Projeto Antonia – Unidade da Rede Oblata Brasil, bem como reflexões autorais e também compartilhadas de terceiros sobre o tema prostituição, vulnerabilidade social, direitos humanos, saúde da mulher, gênero e raça, dentre outros assuntos relacionados. E, ainda que o Instituto das Irmãs Oblatas no Brasil não se identifique necessariamente com as opiniões e posicionamentos dos conteúdos de terceiros, valorizamos uma reflexão abrangente a partir de diferentes pontos de vista. A Instituição busca compreender a prostituição a partir de diferentes áreas do conhecimento, trazendo à tona temas como o estigma e a violência contra as mulheres no âmbito prostitucional. Inspiradas pela Espiritualidade Cristã Libertadora, nos sentimos chamadas a habitar lugares e realidades emergentes de prostituição e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, onde se faz necessária a presença Oblata; e isso nos desafia a deslocar-nos em direção às fronteiras geográficas, existenciais e virtuais.   

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