Celebramos hoje o domingo da Misericórdia. somos convidadas/os a testemunhar o amor e a misericórdia de Deus que está sempre de braços abertos para nos acolher.
Ir. Evelyn Caroline, Oblata do Santíssimo Redentor escreve sobre o significado de Misericórdia. Acompanhe:
Neste tempo o que seria a Misericórdia?
A Misericórdia é ver a realidade das pessoas, da humanidade que está sofrendo, deixar-se tocar, indignar-se, transformar essa energia que brota em nós em ações criativas para junto a estas realidades reverter estas situações. É um processo que tem principio meio e fim. Não é suficiente com só fazer obras de misericórdia para acalmar a consciência, é necessário seguir esses passos e desencadear processos e ações que visem à transformação de estruturas injustas e opressoras, segundo a prática e a práxis de Jesus de Nazaré.
É verdade que sempre se falou que Deus se deixa tocar ao coração pelo sofrimento, Mas eu suspeito de um enfoque baseado só no sofrimento, é mais é deixar-se tocar pelas preciosidades das pessoas, da alegria, da coragem, da ousadia tem a ver com a imagem de sagrado que temos. Penso que por ai pode ir um viés da misericórdia. Haveria que modificar a raiz latina e partir de letare cordia = deixar-se tocar pelo que nos traz alegria, amor.
E assim como falamos que ao deixarmos tocar pelo sofrimento nos indignamos aqui poderíamos dizer que deixamos que todos esses aspectos positivos das pessoas, por exemplo, as mulheres que acompanhamos criem uma teia de vida nova porque realmente partimos de um audire= ouvir com o coração e deixar janelas portas abertas a novas percepções, concepções do sagrado, a redimensionar esses aspectos de preciosidades da vida, para que realmente possamos ter uma nova humanidade, nova porque é humana e renovada. E lutar para tecer essas redes de prioridade, e não um noticiário que semeia calamidades e noticias agorentas, senão que traz todas aquelas iniciativas que estão fazendo a diferencia. Eu penso que essa foi à proposta de Jesus. Por isso escancarou nos chefões do seu tempo e morreu porque acreditava nessa diferencia que ele tentou viver. Por isso vive depois de tantos séculos nutrindo e alimentando nossa esperança, nossas incertezas, nossos sonhos, nossas alegrias, nossas ressurreições e insurreições.